fiquei nela
Ela me olhava de uma maneira intensa. Estava escuro, meia-luz, luz do amanhecer entrando pela janela. Eu queria guardar esse momento para sempre, queria tirar uma foto com meus olhos de forma a eternizar. Mas o especial desses momentos é que eles são como águas nas mãos; fluem e vão embora. Impossível manter.
Ela me olhava e eu sentia em cada molécula do meu corpo. Eu arrepiava sob seus olhos e me percorriam ondas. Eu poderia facilmente me viciar nessa sensação.
Queria beijá-la, mas sustentei o momento.
Depois de um tempo, cedi, quebrei a geleira do tempo, passei a mão pela mecha de cabelos que caía pela lateral de seu rosto. Beijei sua bochecha. Beijei seus lábios. Macios, cheirosos. Quis entrar nela, de novo. Ser absorvido por ela. Pela sensação, pelo corpo, pelas mãos, pelo aroma. Ser um.