A VIDA É UM LAMPEJO.
Naquela noite de sábado o casal estava se aprontando para dormir. O sabado fora maravilhoso, se divertiram bastante. Sairam de carro, foram as praias mais distantes da cidade onde moravam, praias que só os donos de veículos têm condições de ir sem grandes transtornos.
Após a praia assistiram um filme em um dos cinemas dos shoppings.
Quando chegaram em casa ouviram uma música clássica de Brahms. Mas tinham uma coleção de outros músicos. Bach, Beethoven, Verdi, Wagner, Bartok.
Jantaram, conversaram sobre os mais diversos assuntos. Em torno de meia noite foram se deitar. Fizeram amor, se beijaram e cada um virou para o lado e dormiram.
O dia amanheceu, um domingo pleno de sol, Sofia acordou as nove e trinta, ainda um tanto sonolenta, observou seu marido e sentiu que algo estava errado. Seu corpo todo rígido. Sofia se desesperou, Seu amado Franco estava sem vida.
Não entendia como o amor de sua vida que estava tão bem, não se queixava de nada e de repente perdera a vida assim. Observou seu corpo sem nenhum pingo de vitalidade, porém, todo inerte. Lembrou-se de uma passagem do romance inesquecível que lera há muitos anos, Servidão Humana de W. Somerset Maugham. " Existia uma distancia imensurável entre os vivos e os mortos: pareciam não pertencer à mesma espécie, e era esquisito pensar que poucos momentos antes estes últimos falavam, riam, comiam e caminhavam (...)"
Vivera intensamente sua relação com Franco, isso não podia reclamar. Agora teria que dá um novo rumo em sua vida. A partir dali se encerrara um ciclo de sua existência. E um novo ciclo entraria.