Um tempo
Houve um tempo em que eu esperava um amor de conto de fadas, que alguém um dia olhasse pra mim e pensasse: "Ela é a mulher da minha vida!". Eu vivi amores e desamores, paixões que encheram a minha alma e quebraram meu coração, amei tão intensamente que me vi sem chão quando acabou.
Então houve o tempo em que eu esperava o "morrer sozinha". Parei de sonhar com cada troca de olhares, me convenci de que encolher os ombros, baixar os olhos e me esconder atrás de uma máscara na rua era puramente uma defesa. E até era, mas também foi meu eu desistindo de encontrar o amor na próxima esquina.
Não sei em que tempo estou agora, não espero e nem sonho. Minto, as vezes sonho com aquela mão entrelaçada a minha e o peito quente de carinho. Com os risos trocados que fazem todo o cansaço do dia sumir. Então me obrigo a parar, porque existe a parte em mim ainda que diz onde isso vai parar, que vai acabar e isso irá me destruir. Quase sempre acabo chorando.
Acho que estou no tempo de deixar vir o que vier, se eu vou sorrir ou chorar no final, o que importa é que será um final.
(e seria tão bom acreditar nisso)