DEZESSETE
O amor é lindo.
Quem ama não vê e não sabe contar. Perde a noção de tempo e de espaço.
Uma senhora resolveu visitar seus parentes no Rio de Janeiro.
E não faz muito tempo. Arrumou a mala, comprou a passagem, se despediu do querido esposo e de seus cinco filhos menores em idade escolar.
Em chegando a cidade maravilhosa, gostou demais... observou que lá ninguém vive a vida alheia.
Ela passou dezessete meses na capital mundial do carnaval, quando resolveu voltar para o aconchego de sua família,
seu lar, seus cinco filhos.
E ela não voltou só, porque três meses depois de ter retornado nasceu o sexto filho do casal. Houve festa, padrinhos e batizado.
A universidade da vida alheia lavava a roupa suja nas calçadas, nas ruas, nas igrejas, nas fábricas, no mercado, etc. E o marido não sabia. E nada sabe até hoje.
Mas como o amor é cego, não escuta, e nada conta, o rebento nasceu com vinte meses de gestação, porque quem planta em terra alheia não é dono do que plantou.
Na boca do povo a terra é de fulano e não de beltrano, por isso o menino é do marido porque a mulher é dele.