CONFISSÃO DE UM RIDÍCULO
CONFISSÃO DE UM RIDÍCULO.
Estou sentindo um algo pulsante, um sentimento que não se explica, mas que é gostoso de vivenciar. Isso chamam de amor. Contudo, esse afeto é permitido a todos indistintamente? Não, nada disso, essa afeição só é permitido se tiver dentro dos padrões da sociedade, caso contrário é ridicularizado sem dó nem piedade.
Sim, confesso que não me enquadro no modelo social em que vivo.
Já não tenho idade adequada, sou da época da contra cultura, do paz e amor. Diante disso como ouso me apaixonar por um ser que surgia com a invasão soviética ao Afeganistão, o acidente de Chernobyl. Não, eu sou um sem noção. Mas é só a idade que censuram? Tem outras coisas mais, mas a faixa etária é a mais visada.
Eu, esse homem ridículo como posso ousar alimentar um amor nessas condições?
Ah, esse amor platônico efusivo é tão desgastante. É bem mais doloroso do que se existisse uma correspondência.
Esse sentimento que vem como por acaso e se instala. Meu coração a sofrer por não poder sentir de perto esse amor efervescente.
Sim, sou um homem ridículo por apascentar esse condoimento.