Palco Nu - Inspiração - XII

Ele é apenas um menino com sonhos esquecidos e com uma mente cheia de ventanias, embora ele mesmo não perceba isso.

Eu o abracei e não tive medo de abraçar também seus vazios, loucuras e dores. Eu morri um pouco em mim mesma e isso me fez maior, porque ser mestre também é calar - se quando se faz necessário.

Não sei se isso tudo é muito para quem sonha em viver apenas, viver como aqueles que apenas gozam da vida sem sabedoria alguma; e que por assim fazerem são os mais sábios.

O menino nem desconfia do retrato que dele faço, isso também pouco importa; o que me é imprescindível é poder chegar cada vez mais perto de seu templo e adentrá-lo, não desejo possuí-lo,mas amá-lo como os deuses ensinaram até despertar a sagrada serpente.

Seu corpo é para mim um santuário sagrado onde me faço deusa e compreendo todas as magias dos velhos livros escondidos.

Enquanto o menino toca outras almas por aí, eu cá permaneço, zelando-o à distância. Tornando - o prosa surreal.

É preciso se permitir, ensinou-me ele; e eu me permito me libertar das minhas próprias prisões e voar.

Meninos, por vezes, são sábios!

Luz de Cristal
Enviado por Luz de Cristal em 17/05/2022
Código do texto: T7518130
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