UM GRANDE AMOR COM FINAL QUASE INFELIZ

   Conheci Mary quando ainda éramos adolescentes, eu com 17 anos e ela com 16, tivemos um namorico sem muitas pretensões, o que durou pouquíssimo tempo. Havia ingressado na Marinha e fui destacado para servir no Rio de Janeiro e minha familia era do Recife, mas meu pensamento se fixou nela, da mesma forma que o dela se fixou em mim. Um ano depois eu estava de volta a minha cidade e nela fiquei servindo, tendo reencontrado com Mary, que namorava um rapaz das redondezas. Quando soube da minha volta ela acabou esse namoro e veio me procurar. Assumimos então esse compromisso, afinal eu gostava dela e ela de mim. 

   Alguns anos se passaram e quando estava com 23 anos, em 1976, nós noivamos. No ano seguinte nos casamos e fomos morar em um bairro vizinho, época em que eu já tinha deixado a Marinha e conseguido um bom emprego numa repartição pública. Três anos após o casamento tivemos o nosso primeiro filho, cinco anos depois veio uma menina formando um casal. Éramos felizes e aproveitamos a vida com bastante intensidade, incluindo aí várias viagens para cidades que desejávamos conhecer. O tempo foi de constante felicidade, conquistamos a tão sonhada casa própria e a obtenção de uma promoção no emprego. Tudo estava perfeitamente dentro do que um casal com dois filhos sempre almejou, além da compra de um carro semi novo para nossos passeios e viagens.

    Muitos anos se passaram sem que a nossa felicidade fosse interrompida. Quando meu filho estava com 27 anos ele resolveu se casar, namorou e noivou num espaço de seis anos e foi morar em outra cidade. Dois anos depois minha filha também se casou, aliás fez um bom casamento com um empresário do ramo comercial. Ficamos eu e Mary sozinhos em uma imensa casa que reformamos imaginando os filhos permanecerem nela por mais tempo. Com os filhos já preparados para a vida decidimos alugar um pequeno apartamento, a casa foi alugada, era muito espaçosa para duas pessoas somente.

Mais alguns anos se passaram, já estávamos com mais de quarenta anos de casados, passamos a ter uma vida monótona, eu com 73 e ela com 72 anos, passávamos boa parte do tempo trancados no apartamento, ora lendo alguns romances, ora vendo tv assistindo filmes repetidos. Saíamos pouco, as viagens diminuíram, a casa de praia que tínhamos em Porto de Galinhas foi vendida por decisão dela, não agüentava mais se deslocar para uma praia tão distante e não era bom negócio alugar ou deixar fechada só dando despesas. A monotonia estava nos afetando, mais ela do que eu, nem as esporádicas visitas dos filhos com os netos estavam nos alegrando. Muitas vezes eu queria sair e Mary não queria, alegava que estava estressada e isso foi me incomodando a ponto de sair só em busca de algo que desse um certo prazer. Mas essa minha decisão começou a incomodá-la, botou na cabeça que eu estava atrás de outra. Até poderia ser um motivo, pois ela começou a me evitar e diminuir as relações sexuais. Eu não sabia mais o que fazer, mas também não ia abrir mão de um passeio, de uma viagem. E num desses passeios eu conheci uma mulher que se engraçou de mim, era separada do marido e curtia a vida sozinha. Seu nome era Dileide. A princípio em tentei evitar essa situação e não me comprometer com ela, mas como estava carente, há semanas sem ter uma relação sexual com a esposa, caí nos seus braços e fomos para um motel. Foram momentos maravilhosos e repetimos esses deliciosos momentos de prazer em seu apartamento, que ficava no centro. Eu queria sair desse embaraço, tentava ter relações com Mary, mas ela evitava, brigava sem motivos, foi aí que leveia-a a um médico, com ajuda dos filhos, já que ela se recusava. Seu nível de estresse estava alto e a nossa filha recomendou que passasse um tempo com ela, inclusive a base de medicamentos. Ficamos sem intimidade, fato que me forçava a procurar Dileide e cair nos seus braços, mesmo contra a minha vontade. Isso durou vários meses, até que Mary voltou para o apartamento. Aos poucos tentei convencê-la de que precisávamos fazer sexo, ter esse contato íntimo. Com o tempo ela foi aceitando e hoje, após afastar definitivamente Dileide da minha vida, vivemos uma vida agradável e regularmente transando.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 14/05/2022
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