RENASCEU O ANTIGO AMOR? POR QUE O DESTINO NOS TRATA ASSIM?
Ana não tinha a menor intenção de sair de casa naquela tarde, o tempo estava nublado, mas não chovia, assim mesmo ela saiu. E nem sabe porque. Caminhou lentamente pelo parque que ficava a poucos metros de sua casa, talvez encontrasse July, uma amiga que sempre estava por ali caminhando, porém nessa tarde ela não estava. Cruzou com um rapaz que lhe ofereceu um sorriso, ela no entanto se manteve séria e mais a frente olhou para trás, ele estava parado admirando-a. Ana não deu muita atenção e seguiu em frente. Circulou o parque e se dirigiu para casa, atravessou a rua e olhou para trás, lá estava o rapaz. Ela entrou pensativa, seu pensameto se concentrou nele. A chuva então desabou e ela resolveu dormir um pouco nessa tarde fria.
Na manhã seguinte Ana se dirigiu para o colégio, ao atravessar a rua para tomar o ônibus aquele rapaz estava no ponto e novamente lhe ofereceu outro sorriso, dessa vez com um "bom dia!" Ela sorriu e respondeu educadamente. Subiram no mesmo coletivo e foram conversando, ele seguia para a faculdade e se apresentou como Fábio, surgia ali uma amizade que logo depois terminou em namoro. Com o passar dos dias aquele amor foi se transformando e um passou a viver para o outro, estavam se amando perdidamente.
Dois anos se passaram, Ana e Fábio estavam felizes, não se desgrudavam um do outro, o amor era firme e até prometeram que jamais se separariam. Estavam prestes a noivarem e a data foi anunciada três meses depois com tudo correndo às mil maravilhas. O destino então resolveu pregar-lhes uma peça e por conta de um mal entendido aconteceu a separação, mesmo com a promessa de que isso jamais aconteceria. July, sua amiga, confidenciou a ela que Fábio a estava traindo e mostrou-lhe o local onde poderia encontrá-lo com outra. Isso feito Ana não teve coragem de dar-lhe o flagra e contentou-se com o que viu, retornando para casa aos prantos. Nem quiz ouví-lo depois e o romance teve fim.
Anos se passaram e Ana não conseguiu gostar de outro rapaz, mas o seu coração não esperou muito tempo e surgiu Luiz em sua vida. Entre namoro e noivado foram dois anos e o casamento aconteceu. Dois filhos nascerem dessa relação, Ana estava aparentemente feliz com o marido, que era um empresário bem sucedido. O tempo passou, nossa personagem estava então com mais de quarenta anos quando um certo dia quando estava em um shopping algo lhe chamou a atenção. Um senhor de cabelos grisalhos cruzou com ela e lhe sorriu. Ana não deu muita atenção, mas lá na frente olhou para trás, percebeu que ele estava lhe seguindo. Ela não sabe explicar porque parou e também porque seu coração começou a palpitar. Sentindo-se surpresa aguardou o desfecho, pois ele se aproximava. Ele chegou até ela e deu um "boa tarde!" bem carinhoso. Seus olhares se encontraram e isso foi fulminante, ela lembrou-se instantaneamente daquela tarde nublada e ele falou: "Você é Ana?" O impacto foi grande, aquele homem era Fábio e um abraço foi inevitável, aquela promessa do passado foi lembrada, eles nunca deveriam se separar e por que isso aconteceu? Depois de muita conversa tudo foi esclarecido, eles foram vítima de uma trama, que depois foi descoberta por Fábio, mas quando isso aconteceu Ana já estava casada e ele não sabia mais seu endereço. Ali naquele shopping Ana viveu momentos que a transportaram ao passado, tudo ficou confuso em sua mente, ali estava o homem que ela amou de uma forma profunda e agora não sabe porque o destino fez isso com ela. Fábio foi sincero e contou-lhe o que realmente havia acontecido, mas só descobriu depois que tinha casado com July, agora sua esposa e mãe de dois filhos. Ele se sentiu traído, pensou em acabar o casamento, mas refletiu, tinha seus filhos, sua vida estabilizada, seu emprego no qual July era sócia, de forma que continuou com aquela relação mesmo sabendo que sua mulher o havia afastado de quem ele gostava. Ana teve ímpeto de ficar cara a cara com July, aquela sua amiga que caminhava no parque nos tempos de sua juventude e que sempre confiou nela, mas preferiu esquecê-la, talvez um dia pudesse desabafar toda a sua ira em momento oportuno. O destino nos prega muitas peças e a gente não sabe porque as coisas acontecem assim.