A ALIANÇA PERDIDA

Na cidade pequena havia um riacho bem agradável.

As pedras em volta ofereciam um local para sentar e meditar.

Josi sempre que podia ficava a ali a contemplar as águas claras.

Ouvia os pássaros que cantavam, as borboletas a colorir e a corredeira da água sem parar.

E quando tinha tempo levava um livro para ler com os pés dentro da água a refrescar.

Um dia seu pé encostou em uma pedra e surgiu um brilho dourado e, quando apanhou era uma aliança que tinha um brilhante e o nome de Antonio com uma data de 60 anos atrás.

Pensou em quanto aborrecida deve ter ficado a dona por ter perdido sua aliança. Poderiam ter brigado e até voltado lá sem terem encontrado o objeto, ou até nem imaginado que poderia estar lá guardada nas pedras do riacho.

Josi resolveu ir procurar a dona e foi até um programa diário de TV, anunciar o achado. Passaram dias, semanas, sem ninguém responder.

Certo dia um rapaz, de nome Augusto, bem apessoado bate em sua porta e pergunta pela aliança que era de sua avó Lucinda. Contou que avó, que era casada com seu avô Antonio, dizia que havia perdido sua aliança em um banho de rio que foi escondida dele, pois ele era muito ciumento e não deixava que ela banhasse no rio com as amigas. A aliança estava folgada e na brincadeira caiu na água e não mais a encontraram.

Isso foi motivo de separação e Antonio foi embora a acusando de traição e nunca acreditou na história de Lucinda, que já havia falecido, mas ele ainda vivia.

Josi entregou a aliança a Augusto e esse foi levar até seu avô que chorou muito, arrependido, pois não havia deixado de amar Lucinda, que sofrera tanto por ter sido chamado de mentirosa, traidora, desonesta e morrera cedo de tanta tristeza.

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Ana Amelia Guimarães
Enviado por Ana Amelia Guimarães em 06/02/2022
Código do texto: T7446404
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