Clichê

Maíra é uma garota carismática, detentora de uma comunicação infalível, típico de uma cidadã da grande roça chamada beagá.

Linda e de um sorriso maravilhoso, quase a perdi por medo bobo. Tolo. Coisas de homens em pensar que devemos satisfação onde não há necessidade. Ego.

Meses de conversa por redes sociais, troca de memes e mimos, mal sabia que estava apaixonando por uma mulher que nunca conhecera pessoalmente. Recíproco. Sempre a espera de um olhar, um toque, uma aproximação para que pudesse saber se o coração dela dispara igual ao meu. Delírio.

Além de vários cenários em comum que temos, somos fã da decoração natalina numa famosa praça da capital mineira, onde finalmente resolvemos marcar um encontro em um local lindo e romântico. Como gostamos! Perfeito para o início de um conto.

Eis que infelizmente...

Dias antes de conhecer a amada pessoalmente, sofro um grave acidente de moto, onde fiquei entre a vida e a morte.

Pensa que isso foi empecilho para nós? Ao estilo Nicholas Sparks, para minha surpresa, ela chega em meu leito, onde o leve frio belorizontino do entardecer esfria o quarto mas não o sentimento que nasce em nós.

Para ao meu lado, olha com olhos lacrimejantes e ao estender um leve sorriso, vem deslizando sua mão pelo meu cabelo e, ao ritmo das lágrimas que nela desce, vem passando ao meu rosto.

Meu coração acelera, e a mente agitada no pensar - é ela - o corpo esquenta mais que o normal e ali vejo a mulher mais linda da zona leste da cidade.

Ela diz ter uma surpresa e tira de dentro da bolsa chocolate. Mal ela sabia que surpresa pra mim não foi aquilo, mas o doce beijo que me despertou. O toque labial que acalentou. O momento que me transformou.

Uma mulher de ouro. Não é atoa que amarelo é a sua cor.

Não é atoa que sou fã, dessa mulher que em mim despertou o amor.

Israel dos Santos Lopes
Enviado por Israel dos Santos Lopes em 06/02/2022
Reeditado em 06/02/2022
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