O cessar do pêndulo

Esses pátios vazios e quentes de um horário de início de fim, calmaria e perigo de acontecimentos. É também a hora do descanso-ofegante, sim. Sol começa a se mexer para espiar o que os telhados escondem, como ainda não consegue, usa do mormaço para revelar à força. Os dois, sentados no concreto, mas com os pés encostando nas graminhas. Conversas (in)comuns: o estranhamento, como pêndulo, vai de um lado para outro; dependendo de cada olhar e de cada tom. Uma hora ele para e tudo fica igual, seja lá qual for o sentimento. Quando as energias se cansam dele, forçam de algum jeito - e o corpo age sem querer. Se encostam sem perceber, o trisco leve parece ser bem mais. O rosto tenta até fugir, mas torna a olhar, do jeito explícito do que quer no íntimo. Do lado o desconforto é reinante, precisa ajeitar-se, acaba se oferecendo involuntariamente. Está feito.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 20/01/2022
Código do texto: T7433168
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.