FIEL AMOR

Juca era um cachorro sem raça, sem dono e sem lar, que vivia pelas ruas a morar.

Todo dia para comer, precisava batalhar. Uma luta as vezes tão difícil, que por dias ficava sem se alimentar.

Revirava lixos atrás de algo que pudesse a sua barriga enganar, mas algumas vezes tinha sorte que uma alma bondosa, um pouco de restos vinha a lhe dar.

Não tinha um ponto certo, e pela cidade saia a caminhar.

Levava pauladas e muitos xingamentos, mas dava um jeito de escapar.

Certo dia, avistou em um terminal de ônibus, uma cadela prenha cercada por uma matilha que queria lhe atacar.

E sem pensar duas vezes, Juca correu para lhe salvar.

Ele atacou os outros cães e acabou por sério se machucar, mas mesmo com a patinha muito danificada, a cadela prenha ele conseguiu salvar.

O nome dela era Sara e grata ela ficou. Mas, quando ela ia embora, Juca se ofereceu para continuar cuidando dela. No começo ela não gostou muito, pois sempre viverá sozinha, mas acabou concordando.

Sara também não tinha raça, nem dono e nem lar, mas vivia em uma universidade, aonde voluntários sempre apareciam para um pouco de ração lhe dar.

E juntos, Juca e Sara resolveram ficar.

Pouco tempo depois, Sara teve seus filhotes debaixo de um prédio da universidade e Juca se sentindo um pai, ajudou Sara dos bebês cuidar.

Ele ficava vigiando e não deixava ninguém se aproximar. Nem humanos, cães ou outros animais que Sara e os filhotes pudessem machucar.

Os bebês foram crescendo e logo estavam pela universidade a correr e os voluntários começaram a tentar capturar os filhotes para eles tivessem a chance de ter um lar.

Infelizmente, nem todos foram capturados e vieram a morrer. Mas, os que tiveram a sorte de serem pegos, puderam lares humanos encontrar e terem a chance de serem amados e nunca fome passarem.

E Juca e Sara continuaram na universidade a morar. Se tornaram mais unidos e a cada dia o amor de um pelo outro, só fazia aumentar.

Sempre na defesa da amada, ele vigiava quando os voluntários iam a ela alimentar, e só depois, o que sobrava, ele se dava o prazer de comer.

Fome como antes, ele não passou mais, pois sempre tinha a ração que os voluntários levavam para eles.

Quando chovia eles procuravam abrigo debaixo de algum prédio, e durante o dia ficavam a passear e namorar.

N as cadelas no cio, mexiam com o apaixonado Juca, que só tinha olhos para a doce Sara.

E assim, foram vivendo dia após dia, e mesmo sem terem um lar quentinho e gostoso para lhes amar, eles iam vivendo e sonhando em quem sabe um dia alguém por eles se apaixonar, e para casa os dois levar.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 09/01/2022
Código do texto: T7425101
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