ISABEL, MINHA PRIMEIRA NAMORADA

   Era apenas mais uma noite de sábado, uma noite como outra qualquer, uma noite para uma distração com amigos do bairro. Eu já estava tão acostumado que quando não rolava nada voltava para casa e tratava de dormir sossegado. Mas essa noite foi diferente, melhor dizendo, foi empolgante, um par de olhos brilhantes me observava e eu completamente "por fora" da situação que iria mudar o rumo da minha história, logo eu que era um rapaz discreto e tímido em termos de "avançar" para uma garota, preferia esperar que alguma "desse bola" e aí eu tentaria esquecer a maldita timidez e ver o que aconteceria. Sempre fui assim, eu só era "saído" junto com os amigos, na hora das brincadeiras, porém sozinho eu me transformava completamente. E aquela garota que me olhava insistentemente parecia "estar a fim" de mim e isso me deixou um pouco sem jeito, mas prometi a mim mesmo "topar essa parada" e encarar a menina. Seu nome eu descobri depois quando finalmente ela resolveu sorrir para mim, foi o suficiente para me aproximar dela e perguntar: "tudo bem?" Ela confirmou com um "sim" e aí começou o nosso papo. Isabel era o seu nome. Me distanciei dos meninos e "caí em campo" em busca de um namoro, eu tinha uns dezesseis prá dezessete anos, era um jovem "tabacudo" como diziam alguns do meu tempo.

   A vida parece que sorriu prá mim, eu estava me sentindo um cara sortudo, sem nenhum tipo de problema, a timidez até desaparecera um pouco e eu até me "soltava" com essa garota. Me lembrei daquela noite de sábado quando a encarei, perguntei seu nome e mais algumas bobagens próprias de adolescente e Isabel foi muito legal comigo. Ela era irmã de um conhecido meu que tocava guitarra e sonhava formar um conjunto musical, um cara bem extrovertido que me aceitou de cara como cunhado. Nos dávamos muito bem e com sua irmã bem melhor.

   Passou-se algum tempo e o namoro ia muito bem, eu freqüentava a casa dela, que ficava bem perto da minha, apesar de ser em outra rua, íamos a festinhas e ela como sempre uma boa companhia para mim. Ela era de um porte físico bastante admirável, muitas vezes eu sofria com os amassos dela, era o tipo de garota que poderíamos tachar de "gostosa" e nos seus abraços só me faltava ter os ossos quebrados tamanha era a sua força. Foi a minha primeira namorada, aquela que me tirou da esquisitice de ser tímido e até hoje lhe agradeço por esse feito. Brigávamos, como todo casal, por coisas bobas e ciuminhos a toa, acabamos depois de uns dois anos de relacionamento e até hoje tento me lembrar o real motivo, mas garanto que foi por coisas normais.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 12/12/2021
Reeditado em 12/12/2021
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