Indizível Sentimento
No estrear de um novo enceto embriagaram-se do indizível sentimento de fervor, bem debaixo do sereno que gradualmente revestia suas roupas secas e que conjuntamente preenchia a calçada; exceto abaixo das coberturas das arvores ao qual os bancos davam-me o aconchego.
Saberíamos ponderar se tratava-se de começo, meio ou fim? Ou mesmo poderíamos distinguir o quão romantizados haveriam de estar? Não, não até este dado momento.
Quanto a madame: trajava-se um vestido florido de tecido leve que bailava nos ventos fracos. Não parecia importar-se com os perigos de expor os seus pés ao chão descuidado da calçada já que seus calçados calçavam as mãos. E quanto ao rapaz: um sobretudo encobria o corpo e um guarda-chuvas renunciado descansava em uma de suas mãos.
Num esforço de colocar-se nas pontas dos pés como uma bailarina aprendiz ela deferiu-o os lábios molhados e mesmo que me viesse ao pensamento contar os segundos em que permaneceram conectados foram tantos que talvez eu viesse a perde o ritmo.
Ali permaneceram, com os olhos encavados um no outro e num silêncio tão pleno quanto uma miúde gota de sereno depositando-se ao chão.
Em suma, com delicadeza o rapaz enxugou-a à lagrima da chuva que escoava em suas bochechas, deu-lhe um beijo no canto dos lábios e delicadamente retirou a mão de sua cintura, enfim, dando partida.
Pude ver claramente o seu semblante apaixonado resplandecido de um longo sorriso acanhado e de uma áurea veemente que cobria toda a composição de um paixoneta. Os cabelos da moça bailando ao vento entregavam a mesma descrição, tão somente pela sua silhueta rapidamente sendo engolida pela névoa.
Finalmente meu taxi chegou.