Numa manhã de domingo
Numa manhã de domingo
(…)E Numa manhã de domingo, um jovem saiu de sua casa.
No meio do caminho, um rosto triste chamou sua atenção.
Quis saber o que havia de errado naquele coração.
Disse:
-Ei, o que houve?
Sem saber o que responder, o rosto saiu andando lentamente.
“Tudo bem”, pensou sozinho.
Continuou andando até que viu outro rosto a sorrir.
Ficou contente e foi sorrindo perguntar:
-Olá, por que está sorrindo tanto?
Porém o rosto saiu lentamente e rindo alto.
Não entendia o que estava acontecendo. Se ao menos soubesse da Verdade poderia entender.
Mas foi preciso chegar em casa para seu pai falar:
-Filho, nunca me ouviu?
Ele respondeu:
-Você sabe que sim pai, por que pergunta isso? Já não te dei mais de uma prova?
O pai meio brabo, mas compreensivo como sempre, respondeu:
-Por que saiu na rua com essa cara de covarde? Não sabe que ela entra pelos olhos na alma dos outros? Acha que foi pra isso que nasceu?
Assim, ouvindo sem entender seu pai, caminhou pela vida, até envelhecer. Uma vida de covardia.
Foi quando um dia, enquanto estava numa praça, velho e sem forças, viu um jovem covarde.
Ficou triste por ele, pois sabia que ele iria ter o mesmo destino. Depois riu de seu próprio desespero.
O jovem se aproximou dele e perguntou sorrindo:
-Por que está rindo?
O velho riu ainda mais e foi se afastando, quando o jovem o segurou pelo braço e disse:
-Ei! Exijo que diga por que ri!
E o velho disse:
-Não percebe sua cara de covarde? Deveria parar de ter medo ou acabará como eu!
E o jovem entendeu. E em sua face se fez uma luz que não mais era desse mundo.
E o velho percebeu onde havia errado por toda a vida. Pois não bastava ouvir, era preciso agir. Porém para ele era tarde demais.
O jovem chegou em casa e seu pai falou:
-Já era tempo de entender!
Os anos se passaram e o jovem envelheceu. Teve uma vida corajosa, brilhante e cheia de louros.
Assim se inicia está história.
Pois seu filho acordou e reclamou do mundo. E o pai, vendo a cara de covarde de seu filho disse:
-Saia e só volte quando sumir essa cara de covarde!(…)