BEATRIZ: O SONHO DE AMOR QUE NUNCA VIVI

BEATRIZ: O SONHO DE AMOR QUE NUNCA VIVI.

Eu ainda não tinha noção de nada...estava despontando pra vida.

Tudo era muito novo para mim. Meus amigos, alguns anos mais velhos que eu, tentavam me aconselhar, mais eu não os ouvia.

Até que de repente tudo que um dia ouvi de meus amigos começou a fazer sentido.

Em uma tarde bem acalorada, resolvi ir nadar em um lago que havia na cidade vizinha. Fiquei por lá até a chegada da noite.

Na volta para casa, em uma rua deserta, alguns pivetes tentaram me assaltar, mais não Conseguiram.

Foi nesse momento que lembrei dos conselhos dos amigos. Eles sempre me diziam para ter cuidado e não me afastar muito de casa. Naquele dia eu corri tanto, acho que nunca fui tão veloz em minha vida.

Logo me distanciei deles e quando dei por mim, percebi que estava diante de uma casa e em sua varanda havia algumas pessoas conversando. E ao me verem, perceberam o meu descontrole. Vieram ao meu encontro, e assim contei para eles tudo o que momentos antes aconteceu.

Por perceberem que eu estava muito assustado me pediram para ficar e ir embora no outro dia.

Minha preocupação era com meus pais.

Eles sabiam que eu tinha ido ao lago, e por isso me aguardavam em casa.

Eu estava decidido a ir embora. Porém, quando já me dirigia para a porta, naquele exato momento vi passar por ela uma menina que imaginei ser a filha do senhor que me acolheu. Nesse instante toda aquela vontade que eu tinha de ir embora desapareceu...fiquei encantado com aquela jovem.

Ela não tinha tanta beleza, mais tinha um rosto que parecia ser mágico e um olhar penetrante e gratificante de se olhar.

Ao passar por mim, me comprimentou com um breve sorriso.

Confesso que fiquei sem saber o que fazer. se saía ou se ficava, a essa altura eu estava sem jeito, pois já tinha dito que iria embora para minha casa.

Mais para minha surpresa, a menina me pegou pelas mãos dizendo que seu pai havia lhe contado em poucas palavras o que aconteceu comigo. E pediu para que eu ficasse ali, pelo menos naquela noite.

Eles não tinham o costume de dormir cedo, por isso ficamos conversando até tarde. No outro dia bem cedinho fui embora com a promessa de voltar.

E foi isso que fiz. Contei aos meus pais o porque de não ter dormido em casa e eles entenderam

Pedi que me deixassem tornar a ver Beatriz. Voltei a sua casa com eles, afim de que pudessem constatar toda a minha história.

Com tudo esclarecido eles me deixaram visitar aquela família sempre que eu tivesse vontade.

Bia era uma jovem de quinze anos...e eu acabára de completar dezesseis, por isso que em quase tudo a gente combinava.

O tempo foi passando e eu já não via os meus pais. Ficava quase que o tempo todo com a família de Bia. Cheguei a trabalhar com eles e dormir semanas em sua casa.

Oito meses se passaram. Beatriz, inesperadamente precisou fazer uma viagem urgente. Não me disseram o porque. Por educação nada perguntei. Mais meu coração se encontrava apertado de tanta saudade que eu sentia de Bia.

Completados nove messes após a viagem de Bia, sua mãe então me chama e me revela algo que eu nunca esqueci e que não desejo para ninguém ter que ouvir o que ouvi naquele dia. Ela se aproximou e com lágrimas nos olhos me disse que eu não deveria mais esperar por Bia.

Lhe perguntei o porque disso.

E com a voz embargada dona Laura me deu aquela triste notícia que entrou no meu peito como se fosse a lamina de uma espada.

—Bia não vai voltar pra gente.

—Minha filha nos deixou essa noite.

Em seguida me contou tudo o que havia acontecido. Bia teve uma aneurisma. Eu não sabia o que significava isso e ela me explicou que aneurisma é um Inchaço na artéria que causa seu enfraquecimento, e que pode com isso causar uma hemorragia e levar o paciente a morte.

E foi assim que perdi minha doce Beatriz. uma menina tão jovem e que muito me encantou.

Não chegamos a viver um romance...porém algo muito forte nos unia.

Após sua morte, toda família se mudou da cidade. Fiquei ainda mais triste. Pois com eles por perto eu podia sentir a presença de Bia em mim.

Em uma manhã acordei assustado com minha mãe gritando meu nome.

Lhe perguntei o que havia acontecido para ela estar me sacudindo daquele jeito .

Após se acalmar, ela me contou que eu estava dormindo e me batia muito na cama e gritava pelo nome de uma menina chamada Bia.

Foi aí que me dei conta do que estava acontecendo. Minha ficha caiu.

Tudo foi apenas um sonho...eu nunca tive nadando em lago algum. Beatriz nunca existiu em minha vida. Ela foi um romance de amor que eu vivi apenas no sonho que sonhei.

Igor Rodrigues Santos