Quarto de motel - (drama/existencial/erótico)

Sinopse:A beleza produz solidão? Por que será que certas pessoas, aparentemente perfeitas, não conseguem se conectar com o meio à volta? Será por que são esnobes e arrogantes? Ou será por que são almas antigas, ou seja, almas cansadas de experiências acumuladas de outras vidas, chafurdando alívio em uma realidade tão árida de profundidade? Conheça a estória de Maycon, um garoto aparentemente como tantos outros, mas que, de certa forma, busca sobreviver a estes instantes de solitude com adrenalina pura.

Quarto de motel

Um quarto de motel, cigarro e bebidas fortes. Isso era tudo, ou pelo menos parte do que Maycon, quando se sentia solitário, necessitava nas noites insones. E junto a ele, dentro do mesmo quarto do motel, prostitutas diversas; uma, e às vezes duas ou três garotas, todas angariadas nos becos escuros da cidade, seduzidas pela beleza ímpar daquele garoto que, às vezes, elas insistiam em entregarem seus corpos a preço de nada. À noite pela noite, só isso. E enquanto a vida na cidade de São Paulo avançava a largos passos, com a lua no céu brilhando intensamente, fazendo coro com as luzes dos outros corpos celestes ao redor, o desejo ardia em seu peito, incendiando seu corpo moreno, viril e forte, ainda que ora e outra o quarto fosse molestado pelas correntes dos ares covardes que, divorciados do vento forte que sopravam lá fora, insistia denunciar que o mês de agosto chegou para ficar.

Diferentemente dos irmãos franzinos, tímidos, estava claro que Maycon só podia ter nascido em outra ninhada. Na ninhada dos brutos, dos potros, dos lobos alfas com fortes garras, ainda que solitários, no entanto, de uma forma sombria que ninguém conseguia explicar direito; Maycon era estranhamente belo, e apesar daquela tristeza sempre encalçando seus olhos, sua firmeza nos gestos, nos atos e decisões, emergia nele uma aura doce e sensível, sempre gentil com todos à volta.

Mas Maycon tinha uma alma antiga, por isso sentia-se solitário. E o refúgio para tanta solidão era o sexo. Mas não um sexo frouxo, insonso, ou feito de qualquer jeito, como aquelas transas rápidas por que alguém precisa logo partir. Pelo contrário, havia intensidade em tudo que ele fazia. Como um relógio suíço que perfeitamente funciona, seus sentimentos sempre sincronizavam com os desejos da sua carne, ou seja, aonde sua pele, seu membro duro, ou mesmo sua boca carnuda tocava, conseguia exaurir todo e qualquer tipo de sensação daquele lugar, e os metamorfoseava em estímulos com poder vital de virar os olhos. Se com prostitutas ou não, isso era só um detalhe. Desde que em consenso, para Maycon, mulher era mulher. E naquela noite de agosto, no quarto escuro daquele mesmo motel barato, duas garotas nuas, sedentas por sua presença, aguardavam deitadas sobre um lençol. Estavam ansiosas para logo o amarrotarem.

Saído do banho, totalmente nu e rente à cama, Maycon lhes lançou um olhar de felino que as fez sentir como duas presas indefesas: com o membro ereto apontado para elas, elas ficaram extremamente úmidas por baixo, enquanto grossas gotas de água escorriam pelos seus cabelos negros, vertia pelo seu pescoço, se estabilizando na tabori negra tatuada em seu peitoral firme.

— Necessito de uma toalha, meninas — sua voz era grave, mas ele disse de forma suave e gentil. Petrificadas com a sua presença, as duas garotas não o responderam. Vidradas elas estavam no corpo definido, rígido a sua frente. Só após algum tempo as duas disseram:

— Deite aqui, Maycon, que nós te enxugaremos...

Assim ambas serpenteavam suas línguas naquele corpo viril e forte, sorvendo para dentro de suas bocas todos os resquícios líquidos, até ver a última gota secar. Por fim, só o que sobrou na superfície explorada foi a cor morena de uma pele já seca, mas jorrando feromônios carregados de promessas de êxtases diversos, através das gotículas de suor que imperceptivelmente evaporava-se no ar. Depois disto, de uma só vez, elas abocanharam a base dura, inundada por grossos nervos. Suas línguas se tocando, as mãos acariciando o resto do corpo de Maycon; elas estampavam olhares vorazes enquanto o membro saltitava entre seus lábios; a ponta rosada e dura resvalando seus rostos angelicais.

Continua...

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Gláucio Imada Tamura
Enviado por Gláucio Imada Tamura em 12/08/2021
Reeditado em 16/08/2021
Código do texto: T7319278
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