A dualidade clássica Sucubus (intensidade e rebeldia fluída) vs. Par perfeito (amor e perfeição surreal): O romance - Incompleto
A complexidade inerente a esse já muito bem conhecido estopim de uma, agora não mais dúvida, mas decisão. Meu eu se separa em conflitos éticos e poéticos. Meus atos nesse momento definirão o eterno rumo dessa vida. O que quero não é necessariamente o melhor para todos, ou sequer é possível no contexto atual da situação… O que eu quero talvez não seja o melhor nem pra mim… Todas as opções são dolorosas e provocariam um holocausto emocional, a dissolução ou a reconsolidação das certezas. Talvez nem possa chamar assim, de certezas, estou a questionar tudo o que vivi e viverei, e mesmo tomando decisões, estas questões permanecerão eternamente... E se?…
Ó deus, o que fazer? O que estou fazendo?
Enjaulo em enigmas mentais, na profunda troca de olhares, histórias se criam e se recriam em infinitas versões, tensão, desejo... A guerra foi declarada, tu joga o meu jogo. Subintendidos, seguimos lado a lado nossas estradas ~certeza que tu sabe o que eu sei…~ Ó deus, até onde essa estrada nos levará? Penso, repenso, insano questionamento me transborda, até quando? Nesse momento tão inconstante, flutuamos no vasto mar de caos e perdição, como moscas tontas e bestas nos pechamos, nesse transitório e sensível momento. Sei que nada é eterno. Esse momento vai passar tão depressa que, em um piscar de olhos, só restarão lembranças distantes de alegria e tristeza encubadas em um pequeno neurônio. Neste neurônio nós nos mantemos vivos…
A intensidade e rebeldia fluída me provém de uma imensa vontade de mergulhar de cabeça na profunda totalidade desse universo paralelo, desejo em cada célula do meu corpo saber como é sentir o que provoco em ti. Não faço por mal, a ilusão é tão grande que engloba até seu criador, em mim mantenho convicta a certeza do inevitável impossível… Quem diria então, que a sucubus afinal é somente uma alma aprisionada e incapaz de tornar real seus mais profundos desejos, expressos através de pequenas gotas de esperança precipitadas sobre suas recíprocas vontades.
Aí vem a complexidade citada inicialmente, há imoralidade em agir como tal? Eu sei que estou a aprisionar comigo, em uma eterna ilusão, uma alma inocente, cumplice de minha dual imoralidade, que merece infinita plenitude e felicidade… Mas…Mas…
(incompleto — Primavera de 2019)