UMA PEQUENA HISTÓRIA DE UM GRANDE AMOR
Bernardo olhou discretamente aquela garota num canto do salão de festas, percebeu que estava sozinha. O baile estava animado, era uma formatura daquelas de final de ano, uma como tantas outras que estava acostumado a ir. Estava elegante de terno, ela vestia um longo que resplandecia na luz negra. Sorveu un gole de cerveja e pensou em ir até ela, estava indeciso, não sabia se estava acompanhada. Os minutos se passavam, a música tocava e ele queria dançar, ela seria a escolhida. Afinal criou coragem e foi até ela.
Vamos adiantar um pouco no tempo, dois anos, para ser preciso, talvez o leitor não ache uma boa ideia, mas vamos em frente. Glória chamou Bernardo e o convidou para um baile de formatura de uma amiga, ele aceitou de imediato o pedido da esposa, era uma boa oportunidade para se divertirem um pouco. A festa seria num badalado clube da cidade e a noite prometia. Glória estava radiante, fazia tempo que não dançava, as pernas pediam essa gentileza, o corpo também. Dez horas da noite, convites nas mãos e um ar de alegria além de um sorriso estampado nos rostos de ambos. Glória conhecia por demais aquele ambiente, já o freqüentara dois anos antes, na época só não esbanjava o sorriso de agora.
Voltemos ao passado, ao clube onde Bernardo desejava tirar uma garota para dançar, estava indeciso mas criou coragem e foi até ela. Notou um ar de tristeza nela, perguntou o motivo e teve a resposta, simplesmente a moça teve que ficar só porque sua amiga fora chamada com urgência por um familiar, alguém passava mal em sua casa, mas ela precisou ficar, tinha que dar atenção para a formanda que era muito sua amiga. O rapaz conversou um pouco e certificou-se de que ela estava realmente sozinha. Convidou-a para uma dança depois de algum tempo, seus olhos brilharam de alegria vendo-a bem de perto e abraçando aquele corpo sedutor. Depois de algumas danças sentou-se na mesa reservada para ele junto com ela. Era tanta a euforia que esqueceu até de perguntar seu nome.
Voltemos mais uma vez ao presente, ao momento em que Bernardo e sua esposa Glória adentravam o clube para um baile de formatura da amiga dela. Um casal feliz, uma alegria contagiante e um amor profundo entre eles. Dois anos de casamento e uma felicidade sem tamanho, ainda não tinham filhos, estavam aproveitando a vida para depois pensarem nessa hipótese. Era um amor que talvez superasse o de Romeu e Julieta, viviam um para o outro e o entendimento era perfeito, próprio de duas pessoas que se compreendem e se respeitam. Conheceram-se ali naquele clube, exatamente num baile de formatura como esse para o qual foram convidados e ali relembraram os momentos felizes de dois anos atrás.