Conto de Fadas - BVIW

Sabrina era uma jovem sonhadora. Vivera sua adolescência nos chamados Anos Dourados, os anos 1950. Influenciada pelos filmes, acreditava que a vida era suave e saborosa como algodão-doce. Caminhava como que imersa em nuvens, mas não uma nuvem qualquer e sim nuvens cor-de-rosa.

Casou-se jovem, com Raul, seu primeiro e único namorado. Seu vestido de noiva, inspirado nos filmes românticos, era diáfano, vaporoso, e a envolvia como as nuvens sobre as quais caminhava.

As responsabilidades surgidas com o lar, eram demais para a sonhadora Sabrina. Com frequência maior do que a desejável o feijão queimava; o ferro de passar era esquecido sobre a camisa de Raul, que espantosamente se estragava, sem que a pobre Sabrina, perdida em seus devaneios, entendesse o que havia acontecido, o que ela havia feito de errado.

O devanear, que era lindo na jovem namorada, começou a incomodar Raul. Chegando cansado do trabalho, encontrava a casa em desordem, a refeição atrasada ou queimada, suas roupas danificadas.

Apaixonado que estava, Raul quis buscar uma solução. Providenciou uma psicóloga, mas os resultados de uma terapia são demorados, e Raul tinha pressa. Foi aí que ele teve um estalo: por que não uma fada-madrinha? Contratou uma senhora para fazer os serviços domésticos, e sua Sabrina estava livre para viver com a cabeça no mundo da lua, pisando em nuvens!

E foram felizes para sempre...

Lu Narbot

Tema: Hora de Guardar o Ferro