Amor poetisa
Seus cachinhos encaracolados à pele branca de uma manequim sob a voz tão meiga que lhe parecia a de uma menina, não lhe estragava. A estupidez e a arrogância ficavam longe dessas tolerâncias. Ela era tão dócil que transformava suas doçuras em livres versos.
O esposo não ficava muito em casa, pois diante ao alto cargo contido do trabalho, viajava e muito.
Filhos, não tinham. O que tinham eram apenas seis anos de casados e uma linda casa a um belo contato com a natureza. Contato que inúmeras vezes fazia-lhe criar lindos versos e em cada vez que o esposo retornava pra casa, por um deles, era recepcionado. O esposo gostava, enquanto ela cada vez mais poemas criava.
Não havia um local bem certo cujos poemas pudessem ser inspirados, mas por precaução, por amor àquele hábito construiu-se um escritório para suas inspirações. Era uma minibiblioteca, na qual continha: computador, dicionário e bons livros de português, para que quando surgissem às dúvidas, o socorro logo aparecesse e a inspiração pudesse voar.
Aquele hobby criou-lhe grande antologia e ao que era somente para o esposo, parou aos olhos dos amigos e familiares. Apaixonados, muitos a incentivaram publicá-los. Ideia acatada pelo esposo, que lhe publicou pagando o coquetel do lançamento.
A cada cidade em que o serviço convocava o esposo, o evento acontecia.
Foram momentos bons, pois após longos anos de casados, curtiram uma nova lua de mel, cujo obtiveram fruto e que se chamou: Aranianam.
Aranianam: fruto de uma nova fase das suas vidas!
O gosto por poemas se multiplicou, gerando romance.