Um amor de janela.

Todos os dias, lá vinha ela,

E, por coincidência, ele na janela.

Ao fim do dia, depois do trabalho,

Saudando os vizinhos e os amigos

A todos que passavam, ele saudava.

Era todo vestido em sorrisos.

Mas quando ela passava, ele só olhava.

Com os olhos até a desconsertava.

Ela passava as mãos noa cabelos,

Com um risinho e faces rosadas.

Ela o considerava ser muito bonito

Enquanto ele, meio bobo a admirar.

Ela ia passando e ele olhando,

A moça bonita sempre desfilar...

Aos poucos tomando coragem,

Colhendo uma flor da jardineira,

Saiu da janela e foi pra calçada,

Ofertando a flor à moça faceira.

Assim formou-se uma amizade,

E da amizade, almas entrelaçadas.

Foi assim que nasceu, daquela janela,

O amor dela por ele, e dele por ela.

Foi assim, de uma prosa na calçada,

Que ela se viu amando e sendo amada.