O vento e a árvore
Esse é um conto de amor baseado em fatos reais e inspirado em livres amores.
Enquanto o vento conhecia seus limites e se perdia por entre os galhos num labirinto sem fim; as folhas voavam por um espaço tão novo quanto desconhecido.
O vento descansou pela primeira vez por entre as folhas.
A árvore se movimentou pela primeira vez pelo ar.
Cada um conheceu seu infinito.
- Ele me contou dos fogos. - dizia a árvore empolgada
- Ela me contou do ciclo da vida que acontece num espaço tão pequeno. - dizia o vento intrigado.
- Ele viaja.
- Ela vive.
- Ele encanta.
- Ela cria.
- Ele é ar
- Ela é chão.
E o amor se criou num misto de admiração e inveja. Esta buscava uma sensação inalcançável enquanto aquela um novo aprendizado a todo momento.
Cada estação era um reencontro e os novos encontros, por vezes, mostravam outros caminhos. -- Não existe árvore que dê conta do vento e não existe vento que dê conta de uma árvore sem destruí-la por completo. - o vento uivava procurando a liberdade.
-Se, em tempo, o vento retornou é por que os caminhos dentro de uma árvore são infinitos, somos a porta do mundo! - a árvore respondia.
Entre discussões e contradições era certo surgir a pergunta:
- Mas como vocês, tão diferentes, poderiam dar certo? - É porque somos como uma dança, que nunca aconteceria sem a força do vento ou a resistência da árvore. - ambos respondiam na ponta da língua.
E a dança perdurou por séculos. Invisível aos olhos dos brutos e intensa aos olhos das deusas.
Até o dia, que os brutos a enxergaram. Não o amor, esse continuava invisível, mas a matéria, essa sim tinha utilidade.
E, assim, o ciclo da vida se encerrou.