O TROPEÇO

Mais um dia ensolarado, mais uma vez no verde enfeitado de flores. Relva célebre dos amantes, local imaculado, ideal às almas puras cheias de paixão.

Mais uma vez estavam lá.

Puros, assim como vieram ao mundo, sozinhos não estavam, poucos faziam companhia, porém, ao longe. As confidências continuariam entre eles e a árvore que oferecia sombra, abrigo do grandioso sol.

A noite vinha chegando, o dia e a tarde passaram se amando, era hora de voltar, então...

Ah, um dia traiçoeiro...

De joelhos apresentou a aliança dourada, era essa a vontade: amar para sempre. Lágrimas jubilosas de ambos caíram para nutrir as raízes...

Amor, ciúme, tristeza.

A ave sobrevoava-os há um tempo e, como se estivesse esperando o momento certo, voou em direção a eles e levou as alianças nas garras. Ele não podia deixar isso acontecer...

Correu em busca do manifesto de seu sentimento, nada mais lhe importava. Correu que não percebeu: uma pedra bem no caminho...

A morte precedida do tropeço.

Seu amor o alcançou no desespero e maior foi quando viu morrer a sua vida, escorria sangue de sua testa, já era tarde...

~ inspirado na lenda de Jacinto e Apolo ~

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 12/01/2021
Código do texto: T7158382
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