ERA MUITO AMOR
Minha avó Dionisia
Era uma mulher pequena arrastava seus chinelos de couro até a grande varanda sombreada pelo tamarineiro que deixava o chão coberto com suas folhinhas avermelhadas. Ali ela se sentava em sua cadeira de balanço para trabalhar manejando os bilros e ouvir o canto dos passarinhos empoleirados nos galhos. Os cabelos brancos presos num coque no alto da cabeça, os óculos ela ajeitava na ponta do nariz e continuava feliz em suas tarefas. Minha avó fazia trabalhos de renda belíssimos, era uma artista no manejo daqueles bilros presos em uma almofada.
Irá Rodrigues