Em profusão que me consome
Você foi o primeiro a dizer que me amava. Eu me lembro do susto que causou em mim. Espantando por alguém me amar, segui de moto rumo aos cento e setenta quilômetros de estrada que me esperavam.
Ele me ama! Que medo. Que ótimo. Eu o amo?
Quando tive certeza que te amava, foi quando te vi frágil, diante de mim. Eu impotente, idiota que era, inseguro que era, não merecia seu amor.
Como eu te amei. Tentei demonstrar a cada prática, cuidar de ti, meu amor.
Você foi o primeiro a dizer que não me amava mais.
Ele não me ama! Que dor. Que desespero. Eu o amo!
São oito horas da noite de uma véspera de natal. Dois terços de uma garrafa de vinho e alguns litros de lágrimas se foram.
Pensei em pedir para que o tal do gordo que entrega presentes me trouxesse você de volta. Afinal de contas, o que é acreditar em papai Noel se acreditei em amor eterno? Tantas vezes que estávamos um dentro do outro e juramos amor eterno?
Não. Vou pedir para que ele leve esse amor de mim. Maldito seja o dia em que te conheci. Bendito seja o dia que te conheci.
Cadê você? Dentro de mim? Em lugar nenhum, exceto na dor que sinto em profusão que me consome.