CENÁRIO
Ele chegou desconfiado, me cumprimentou com a timidez que lhe é peculiar, e quando entrou discretamente beijou o meu rosto. Assentou. Tirou da mochila uma caixa de bombom embrulhada com papel presente, me deu, agradeci, ofereci um a ele, comemos com bom gosto.
Por um tempo falamos de amenidades, e de coisas que nos preocupa no dia a dia. Ofereci cerveja, aceitou. Depois de alguns copos ficou mais tranquilo e confessional.
Coloquei no toca discos uma música que era do seu gosto, percebi que ficou sensibilizado, e me convidou para dançar, claro aceitei. Envolvidos pela dança, nos beijamos, estremeci, tiramos a roupa, lambemos, mordemos e tocamos nossos corpos, fizemos amor ali mesmo na sala, tal era a nossa volúpia.
Extasiados, ficamos em silêncio, me fez cafuné, acendeu um cigarro e ficou olhando para o nada, outra vez me deu um leve beijo na boca, vestiu a sua roupa e foi embora, deixando o cheiro de perfume vagabundo. Ninguém faz amor como ele! Saudade.
Girvany de Morais.