O JOVEM QUE AMOU DEMAIS

Eu acordei pensando nela. Ou pensando em mim mesmo e nessa triste mania de não me amar, por mais que o amor seja uma ilusão atraente e tão piedosa. O amor não perdoa os tímidos. Eu moro numa cidade esquecida por Deus "mas quem se importa?". Eu talvez no dia à dia me olhe no espelho e não tenha a coragem de afirmar, isso mesmo, de afirmar, que me amo. O tempo passa e a flor desabrocha e murcha. Os sonhos são talvez pra mim somente um sopro... Quem dirá um beijo.

Nessa minha gana eu me deito na cama. Chamo os prazeres carnais ou mesmo as ilusões do meu pensamento nela. As garotas da minha vida? Gostei de muitas, sofri por muitas, chorei por muitas e tanto banquei o idiota em muitas. Ou mesmo fui bobo. Nunca tive sorte com as fêmeas e, parece que a vida trabalha cumprindo hora extra para que elas não se interessem por mim. Nesse game dos horrores onde eu sofro os over nunca descobri a beleza desse sentimento. Somente as mudanças de fase.

As minhas cicatrizes doem. É tanta zoação da minha própria parte agora. Eu brinco de ser um pseudo santo. Algo que sei que nunca fui ou tenho esperança de ser... A passagem do trem para o coração de uma garota eu acredito que foi-me rasgado. Ou será que não era uma passagem de trem, mas de cinema? Nesse caso eu não me canso de levar um bolo. Mas, sozinho assisto meu próprio filme. Não tenho raiva das moças. Se as coisas não acontecem, não adianta forçar a barra. O viver e a vida em si é um milagre.

Quando eu lembro que uma garota que eu tanto gostava (sim, hoje sei que apenas gostava, pois o amor vem depois) beijou um cara na minha frente. Eu sofri tanto. Gostaria tanto de ter sido esse cara efêmero na vida dessa moça. A minha garota talvez foram muitas e sendo que nunca me relacionei com nenhuma, todas possuí. Mesmo que tenha sido num coração de eterno inverno. Eu hoje gosto de outra. Mas, felizmente aprendi que tudo é uma ciranda. E que essa ciranda não para de rodar.

Será mesmo falta de sorte? Eu não sei... Se alguém fala a língua do amor eu quero falar mesmo é Japonês. Não que as muitas meninas sejam para mim o sentido de tudo. Pois tem homens que são piores que vampiros por sangue, querem muitos, muitos amores para não perderem sua imortalidade. O tempo me ensinou. Mas, as vezes o sorriso de uma garota me torna tão asno. Ah como fui mané e fico a rir hoje das variáveis pérolas cometidas. Cheguei numa conclusão fatídica que o amor é mil vezes pior que a picada de uma cobra. A cobra pode matar com sua mordida peçonhenta. Mas, somente o amor acostuma os tantos picados a quererem mais veneno.

Eu disse que vivemos numa ciranda? E sabendo isso, posso ter a certeza, que a garota que gosto agora também não me quer... Posso está errado? Decididamente não. Mas, se a ciranda gira e girando não é solto as tantas mãos, me agarro nas mãos desta ciranda de uma nova ilusão da paixão que semelhante uma Fênix invencível arrasta muitos. Eu sei que não sou tão feio assim. E mesmo sendo pobre sei que muitos belos ricos são sozinhos. As garotas que eu miro não são anjos são humanas, e humanos são tão pequeninos e frágeis quanto. As garotas que eu gostei e, a garota que eu gosto é comum. Ninguém por desejado que possa ser tem a magia de permanecer sempre e, sempre com a auréola de pura fascinação. Se eu ainda nutri-se a mesma fascinação que eu tinha desde o meu primeiro amor, e por cada donzela que passou nessa pouca vida; seria eu um esquizofrênico, bom de memória, romântico ao extremo. Mas, um pobre morto.

Eu sei que a vida passa. Eu sei que as garotas passam e também sei que não sou "homossexual". Gosto de mulher. Mas, nenhuma eu tive o privilégio de atrair ao meu coração. Eu escrevo isso tudo não como um desabafo. Mas, como uma expressão de quem não tem o que fazer agora. Quem tem o que fazer vai amar alguém. Eu muito me apaixonei? Não. Somente tive o desejo de aprender a voar. Sou uma Águia tímida. Essa minha vontade de querer um alguém hoje é mais tenra, pois aprendi a passar suave nos olhos de um alguém. Eu até convidei uma garota pra comer uma pizza. Ela disse não. Mas, sabe de uma coisa... Essa garota foi a primeira que eu chamei pra sair até hoje. Ela foi tão verdadeira e pura no seu não, que nem pontadas outrora no coração eu senti pela possível rejeição. Que no fundo nem sei se levei... Talvez...

Essa moça é um pouco atraente. Tô brincando leitor... Ela é belíssima. Eu fui um grande atrevido e ousado em covida-la pra sair... Sabendo que os sonhos de um rapaz como eu é ser amado. Eu o jovem que muito amou. Eu o escritor que muito divaga. Eu um simples homem meio que perdido me aconchego na certeza que muitas ainda posso e poderei amar: Deus permita que seja essa garota ou outras garotas, mas que não tenha um fim satírico de uma gostosa... Pizza.

Maycon C. L.

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 17/12/2020
Reeditado em 17/12/2020
Código do texto: T7137937
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