Imperfeito

Se deste amor

sou eu mesmo imperfeito.

Queria que até agora

você fosse embora.

Mas tu és, de memória

tal bela rosa

ah, mas como arde em meu peito.

Você em teus vestidos longos

coberta de azul perfeito.

Você me prometeu com palavras

mas eu nunca entendi em gestos.

Pois, como pode?

O fascínio mais vivo e puro

do sorriso mais inocente

por causa da dor

se tornar um coração sujo

e manchado?

Como o meu mesmo.

Os desfios dias de dezembro

outrora, mas a dor é passageira.

Posso te ver repartida

mas nunca lhe quero por inteira.

E há um descanso no coração

quando o amor se esvai

e enfim, a contradição.

É que perto de você

eu nunca terei paz.

Mas sou eu imperfeito

nu de corpo inteiro.

Ah, mas como eu quero

que teus lábios sejam somente

uma memória apagada de meu peito.