O Vento e a Cerejeira
A cerejeira sentiu aproximação suave de algo no ar. Sentiu que a espreitava na espera do sol raiar, tentando ainda não se manifestar.
O tempo parecia parado nos primeiros minutos do dia que belamente nascia.
Olhou o céu e as nuvens se espreguiçando delicadamente a cerejeira. O tempo ali era desnecessário, o seu olhar voltou ao chão no campo verde do parque ansiava pela presença refrescante do seu passeio.
E assim a cerejeira se envolveu para esperar o seu sonho que não tardava a chegar. Ela sabia que o vento estava a segurar no máximo do seu limite para dançar com suas flores.
Em um toque inesperado ela o viu se aproximar, arrojado loucamente refrescante. O vento se enredou em seu corpo de flores os elevando ao ar na dança ancestral das floradas.
As lufadas eram fortes, mas o toque incrivelmente suave para não deixar nenhuma das suas pétalas caírem ao chão pois ainda não era tempo da renovação.
A manhã corria com suas horas, mas as flores da cerejeira bailavam nos braços do vento sem se importar com nada além dele e seus feitiços de abraços.
Enquanto ela deixava sua fragrância em suas ondas para ficar inesquecível pois assim o vento depois voltaria morrendo de saudades, como agora em sua coreografia matinal.
O vento sabia do seu feitiço, mas ela não sabia o quanto a sedução das suas flores o deixava a mercê deste amor inebriante .
O segredo com laços do amor os envolviam :a cerejeira não suportava sua ausência e o vento resistia em não partir.
O Vento e a Cerejeira assim se envolveram em danças, fragrâncias das flores e as ondas refrescantes quando unidos um presente de aromas de Amor oferecido ao Universo.