UMA HISTÓRIA DE AMOR

Maria Luiza Bonini

Aquele sentimento aumentava, incontrolável,

desde que Alice conheceu José.

Havia se apaixonado, outrora, ou, assim pensava, sem poder jamais externar seus sentimentos.

Tratava-se de uma Alice que sonhava com o país das maravilhas ...

Naquele amor, só encontrou dor e sofrimento.

Não havia nada que se assemelhasse aos seus sonhos.

Menina nova, achava que aquele homem poderia mudar e vir algum dia a realizar seus anseios.

Tudo o que esperava, tornava-se agonia.

O sofrimento em que vivia, se perpetuava, a cada dia.

A vida incumbiu-se de separá-la do grande engano cometido.

Seguiram cada um o seu caminho e Alice,

mesmo decepcionada, ainda sonhava.

que algum dia ainda pudesse ser amada.

Passaram-se anos ...muitos anos ...

Alice tornou-se uma linda senhora.

A sua beleza era refletida pelos bons sentimentos que nutria e pela sua constante alegria.

Seus filhos, já criados, tornaram-se pessoas íntegras, das quais, Alice muito se orgulhava.

Sua ânsia de amar, na maturidade, transformou-se em poesia.

Dizia coisas lindas, em tudo o que via.

Seu amor , a todos e, em tudo, refletia.

Sua vida, então, passou a ser uma constante alegria...

Surpreendentemente, para Alice, certo dia

percebeu que em meio àquela alegria,

havia brotado um lindo amor.

Aquele pelo qual esperou por toda a vida.

A magia daquele sentimento,

voltou a habitar as fantasias de Alice.

Sonhava dormindo e acordada,

com aquele que tomou sua vida e, a ele,

em silêncio, dedicava todos os seus pensamentose toda a sua romântica poesia.

O tempo ia passando e, aquele amor,

vencendo todas as barreiras que a vida impunha.

Estavam muito distantes, um do outro,

quando, em certo dia, Alice se depara com o que tanto esperou ...

Chega a mensagem de seu amor, que então dizia:-

_"Dir-te-ei que te amo, algum dia. Espere por mim .

Chegarei a tempo de dançarmos uma valsa."

A alegria de Alice foi tanta que, com a carta na mão, passou a girar como uma borboleta,

em torno da árvore que a sombreava e a tudo assistia.

De olhos fechados, rodopiava como se valsasse, na certeza de que o seu amor estava ali presente, a exalar o perfume de aroma suave que ela sentia.

A emoção levou-a a desfalecer e, assim, permaneceu inerte.

A música dos pássaros, solene, tocava em tom de despedida.

Alice morreu feliz, na certeza de que havia encontrado o verdadeiro amor.

E, foi assim, que, dos sonhos lindos de Alice,

surgiram as maravilhas do mundo que ela criou em sua fantasia e que só para ela existia.

Ao encontrarem Alice, eternamente adormecida, esboçava um leve sorriso enquanto abraçava uma linda flor, que acabara de ser colhida.

A mensagem era uma flor e a história de Alice,

só mais uma linda poesia.

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São Paulo, 19.03.08

Publicado no Recanto das Letras

Código do texto: T3006727

Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 20/09/2020
Código do texto: T7067599
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