Elevando o amor( O amor do elevador)

22:43 Elevando o amor (O amor do elevador)

Pessoas se embaralham, histórias se cruzam, tramas se conectam num simples entrar e sair do elevador.

Assim começa a história desses dois, lá em Ipanema, as 6:15 da manhã, no bloco B, do Tom Jobim.

O sol renasce no corcovado, e o relógio convida ao reinício da vida, da cama a breve despedida, uma nova folha é escrita.

O riso largo dele adentra elevador à dentro, escancarando o sorriso da tímida moça, que não se contém e retribui rasgado o sorriso.

A simpatia cobre, a eloquência rouba o silêncio, e o quieto se faz em conversinha nada fiada.

Sete,seis,cinco,quatro,três, dois, um, "blim", a porta se abre, tchau, a gente se esbarra por aí, a vida feito rio segue seu curso.

Tatuagens colorem a pele, certos momentos intrigam a mente, e marcam de sentimento o coração.

Como assim alguém tão incrível, tão pertinho, e tão "longe"? Um bocadinho de passos, e entre um pensamento e outro um desejo: quero ver ele(a) de novo.

Que o "universo" nos conceda a graça de trocar mais uma meia dúzia de histórias, amanhã de manhã, e depois de amanhã, e depois de depois de amanhã.

O "universo" ouviu, e deu um jeitinho de atender o desejo, com todo carinho que aquela história merecia.

As manhãs transcorriam, o riso ansioso esperava a entrada da gargalhada escancarada dela.

Muito esbarrões depois, muitos conselhos da Dona Glória, do Osvaldo, do Pedro e da Carol, que já tinham percebido antes deles o que eles custaram a perceber, um convite, um café, dois rios deságuam um no outro.

O elevador que tantas vezes testemunhou a dor daqueles passantes, agora celebrava o cruzar daquela história, porque ali pouco a pouco o amor ia se elevando.

As mãos tímidas devagarinho foram se agarrando, os olhos de alegria se inundaram, de vizinhos à amigos, aos pouquinhos confidentes, lentamente apaixonados, subitamente namorados, e quem diria!? Agora noivos.

Um amor tão lindo assim, não podia ficar assim. O namoro se dissolveu, para solidificar um casamento.

E assim foi, diante do Cristo Redentor, um sim para eternidade, testemunhado pela queridíssima Dona Glória do 402, também pela Carol e o Pedro do 301, e pelo Osvaldo que naquela manhã abriu a porta para o amor sair correndo e ser feliz de uma vez por todas.

E a vida foi assim, eles subiram um andar, arrumaram a sala de estar, entraram e saíram muitas vezes daquele elevador, sozinhos, na companhia um do outro, com sacolas do shopping, do mercado e da quitanda, com um bebê, uma criança e outro bebê, duas crianças e um cachorrinho, juntos até ficarem bem velhinhos.

"Quero a vida sempre assim

Com você perto de mim

Até o apagar da velha chama

E eu, que era triste

Descrente desse mundo

Ao encontrar você, eu conheci

O que é felicidade, meu amor..." ( Tom Jobim)

Be Hurricane
Enviado por Be Hurricane em 10/09/2020
Código do texto: T7059326
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