Rio Enluarado - Perfebleu
Era dia dos namorados, e também aniversário de Alessandra.
As meninas já tinham avisado ela que um menino gostava dela, porém ela ainda não tinha certeza de quem era. E esse menino iria dar flores pra ela nesse dia, então Alessandra entrou na sala alerta para qualquer movimentação por perto.
A vida é cheia de coincidência estranhas, e por algum motivo, justamente o garoto que ela gostava, o Felipe, era o seu admirador secreto. Coisa que ela não sabia no momento porém seu coração no fundo esperava que fosse.
Quando ela estava distraída em sua mesa, Felipe se aproximou com um buquê de flores, a sala inteira ficou olhando.
Ele estava com aquele sorriso lindo que ela amava, e ela mal podia conter o riso. Ele aproximou o buquê de rosas, as mais lindas que Sam houvera vista em sua vida, e em reflexo, ela estendeu as mãos aceitando o presente.
De repente havia uma movimentação pela sala ao redor do casal, e todos esperavam para ver a reação de Alessandra.
Ela se levantou e abraçou Felipe forte enquanto segurava as flores:
— Você é maluquinho né? — Diz ela sem tirar o sorriso do rosto.
— Você está com vergonha? Eu sei que as meninas já te contaram, não precisa fazer cara de surpresa.
— Eu juro que não sabia que era você, a Raquel só me falou que alguém ia me dar flores skksksksksksks
— Feliz aniversário viu? Você é a menina mais linda que eu conheço.
O coração dela bateu forte quando ele disse aquilo, é como se os sonhos de princesa dela estivessem se realizando, ali e agora.
As amigas da Alessandra, começaram a cantar vai dar namoro, e a única coisa que ela podia fazer era tampar o rosto.
Depois de um pouco de conversa, Felipe voltou para a sala dele, e Alessandra ficou conversando com as meninas.
Um terceiro observador não conseguia acreditar no que seus olhos via,
era como se seus pesadelos estivessem todos acontecendo, bem ali e agora. A imagem de sua amada nos braços de outro foi mais dolorido que uma tijolada no pé.
Dentro de seu bolso, esse observador guardava uma rosa de plástico, não muito brilhante como as cores do buquê, porém ainda charmosa.
Ele pegou a flor, e atravessou a sala, até o canto onde havia uma lixeira. Lá ele jogou sua flor e procurou um lugar onde pudesse ficar sozinho.
Um colega da outra turma viu ele sentado e puxou assunto:
— Gus, como vai você? Parece um pouco triste.
Gustavo que ainda estava triste pela cena anterior, mantinha uma feição séria e imóvel. Ele sem mudar de posição apenas disse, como que justificando com algo aleatório:
— É meu aniversário, mas não ganhei presente...
— Nossa cara que bosta, você está triste por causa disso... — Disse o amigo se sentando perto, e nisso continuou, ao ver que Gustavo ficara ainda mais triste depois do que ele falou — Mas aqui, feliz aniversário. Só não tenho presente pra te dar... Serve um abraço?