A Bolsa
Hoje, a encontrei, estava fria e sem vida. Vê-lá ali, trouxe- me várias lembranças daqueles dias de aventura, felicidade,coragem e outros sentimentos mais...
Nessa pandemia, em que nos afastamos socialmente, você ficou ali esse tempo todo, a espera que eu a notasse ou a convidasse para sair. Muito bonita, nada discreta com seus detalhes, não podia passar despercebida.
Lembrei que era minha companheira, que enquanto eu esperava para sair, estava comigo aguardando, e enquanto venturava-me, fazia-me companhia ou aguardava ali em silêncio.
Foi companheira nos mais íntimos segredos, omitiu e escondeu provas condenáveis.
Quando meu coração acelerava, apertava-lhe contra meu corpo, ou enrolava-lhe os dedos.
Hoje, a encontrei, companheira fiel, conselheira que me responde com o silêncio das respostas, testemunhas dos momentos vividos, guarde para sempre esses segredos que só você, eu e as paredes mudas sabemos o que grita.
Das manias de quem conversa com uma bolsa enquanto aguarda.