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Um Luau Diferente
Apesar de bonita e inteligente, Luana não tinha namorado já há algum tempo, mesmo com uma longa lista de pretendentes. Suas amigas a apresentavam para rapazes, considerados “bons partidos”, mas nenhum deles a interessava. A maioria delas, estava namorando, e por tal razão, Luana nem sempre as acompanhava na “balada”, pois sentia-se desconfortável estar sozinha entre casais possivelmente apaixonados.
Mas, sentia falta de alguém para amar, e de também ser amada. Desejava encontrar esse alguém, o protótipo de um príncipe encantado, inscrito em sua memória poética.
Em seus pensamentos, imaginava alguém que não tinha ainda um rosto, que era apenas uma mera silhueta, para estar junto dela na hora de tomar um sorvete, para assistir a uma maratona de uma série em evidência, com muita pipoca, para estudar juntos, enfim para tantas coisas que podem ser compartilhadas entre pessoas que se completam, que se amam. Porém, a realidade era outra. Conhecia garotos a todo momento, alguns até bem bonitos, mas com a mesma cantada enfadonha. Pareciam ser réplicas um dos outros, as falas eram as mesmas, tipo: Conheço você de algum lugar ou Você é meu número, entre outras tantas no mesmo molde.
As vezes considerava que era muito exigente, que buscava algo que talvez nem existisse, e em meio a essas conjecturas, aceitou um convite para participar de um luau. O fato de ser um luau, a interessou, pois estava cansada da mesmice da programação de entretenimento de suas amigas.
Como na maioria das vezes que se dignava a sair para uma festa, foi na companhia de casais. Não era o que ansiava, mas era o que havia no momento.
Olhava para a fogueira que crepitava, com um drinque na mão. Perdida em pensamentos ao som de uma música, sentia vontade de correr dali, porém estava de carona, então tinha que aguentar e esperar. E, naquele mesmo instante, sentiu que alguém a olhava com insistência. Disfarçadamente, espiou na direção daquele olhar, e na verdade, gostou do que viu. Era um moço alto, de porte atlético, um Adônis. Ele sorriu divertidamente para ela e levantou a bebida que segurava como uma saudação. Aquela atitude a decepcionou, pois muitos faziam isso. Enfastiada, se afastou, dando as costas.
Havia se tornado uma pessoa chata, assim pensava. Acreditava que não demoraria muito, não teria mais convites para sair. E assim, discretamente, com os olhos procurou o Adônis, mas não o encontrou. Tinha sumido.
Naquela noite vestia uma roupa casual, blusa branca, de mangas compridas, dobradas até os cotovelos, bermuda blue jeans e alpargatas. De cabeça baixa, olhando para nada, a mente longe dali, bebericando o mesmo drinque, ouviu um sonoro Oi. De súbito, levantou os olhos e ali estava ele novamente, o Adônis, com o mesmo sorriso e olhos brilhantes. Mas, o que chamou sua atenção não foi o sorriso, nem a beleza do Adônis, foi o que vestia: Blusa branca, de mangas compridas, dobradas até os cotovelos, bermuda blue jeans e alpargatas. Aquela criatividade a encantou. Ele sumiu, trocou de roupas para ficar tal e qual ela. Embora, as peças de vestuário fossem de modelos diferentes, é óbvio, tinham praticamente a mesma tonalidade, mas o que a impressionou foi a ideia que ele teve para se aproximar.
O olhou de cima a baixo e pela primeira vez naquela noite sorriu de verdade.
O nome do Adônis era Pedro e passaram o resto da noite juntos, conversando, rindo e aproveitando aquele luau.
E o mais, fica por conta da imaginação de cada um.