Meu Conto

Das arestas enrascadas e atritos, vivemos

eu e ela, almas gêmeas

envelhecemos e continuamos, amor forte e sólido.

Crescidos o menino e as meninas,

Agora sozinhos e alegres na mesa do café,

Criançadas, o menino e as meninas, la fora

- Nan! vamos brincar de A a Z?

- Como Lu?

- Assim óh, vou te falar todos os adjetivos, assim:

" você é Amável, Brincalhona, Caprichosa, Dengosa, Elegante,

Faceira, Gentil, Habilidosa, Idealista, Jovial, Linda, Meiga, Notável,

Ordeira, Paciente, Querida, Radiante, Sociável, Terna, Útil, Valorosa,

Zelosa..." uffa rsrs

Ainda segurando sua mão, ela sorria.

- só você Lu!

- Agora vamos ver na queda de braço!

Ajeito minha mão à sua e finjo perder,

Ela leva meu braço a superfície da mesa e me dou por derrotado.

Ela ria, sabendo que dei mole.

Admirado, digo:

- mas que força hein, andou treinando rsrs

Assim íamos terminando este café gostoso na manhã ou à tarde!

Hoje, acabado de tomar meu café da tarde quase noite,

em outra mesa em outro lugar, olho ao lado vazio

sinto tristeza, meu corpo quase desfalece, meu mundo se foi.

É como se Deus dissesse: Acabou seu tempo de riso!

Vivo nos sonhos cá com meus botões.

Num dia deste não me levanto de manhã aqui neste plano

e acordo lá onde a Nan está, vou procurá-la de manhã ou a tarde

sento à mesa, ela a minha direita e lhe proponho:

- Nan, vamos brincar de A a Z?

 

23/07/2020

Luiz alma de poeta
Enviado por Luiz alma de poeta em 23/07/2020
Reeditado em 30/08/2022
Código do texto: T7014699
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