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Capricho do Destino - Parte 2

E assim, Fernando e Beatriz seguiam com suas vidas felizes e projetando o futuro como faz todo casal de namorados. Bia ainda por concluir a universidade e Nando já atuando como engenheiro civil independente. No entanto, mal sabia o jovem engenheiro que uma proposta de trabalho iria mudar os rumos de sua vida.

Desde que se conheceram em 1979, já passaram-se 8 anos e  o assunto vez ou outra era casamento até que firmam compromisso - o noivado. Beatriz inicia as pequenas compras para o enxoval e na outra ponta Fernando pensava em como dar uma vida confortável a amada, uma vez que ele estava iniciando na carreira e nesse ínterim  - em 1988 - surge uma excelente proposta de trabalho para o rapaz, onde ele teria excelentes ganhos além de enriquecer o seu currículo; pensando em construir um futuro melhor para ambos fernando tomou a decisão de aceitar o trabalho e comunicou a Bia a sua decisão dizendo-lhe que era por prazo certo e determinado (apenas três anos), que ele iria construir um excelente lastro financeiro e que finalmente ambos poderiam se casar. A jovem ficou reticente, não gostou da ideia, sentiu uma certa angústia a apertar-lhe o peito. Mas, a decisão estava tomada, ela nada podia fazer.

Chegou o dia da partida. Nando iria trabalhar no interior de outro estado, onde o único meio de comunicação possível seria por cartas. E como elas demoravam a chegar... O tempo foi passando e após seis meses ausente, ele volta a terra natal para visitar os familiares e a namorada. Um lindo e belo encontro, onde toda a saudade acabou-se dentro de uma abraço e de um beijo apaixonado. Foram poucos dias, afinal ele era o engenheiro da obra e não podia ficar muito tempo ausente.

Beatriz jamais esqueceu o dia da despedida. Chovia torrencialmente e Nando a abraçou e a beijou, renovou as juras de amor e assim dirigiu-se ao portão, o táxi já esperava em frente a casa; E assim, o olhar de Bia acompanhou o amado a sair debaixo da chuvarada e adentrar no veículo e partir. Ela ficou com uma saudade sentida e uma dor partida por algo que não sabia explicar.

Os jovens adultos continuavam a se comunicar por cartas, porém Fernando escrevia cada vez menos. Bia já entrava na fase de conclusão do curso e não podia ir visitar o noivo onde ele trabalhava e residia - um grande erro! Chegaram as festas de final de ano e Fernando não veio, apesar da empresa dar um recesso para os funcionários. Mas, por ser um homem íntegro a família de Bia a acalmou, pois ele jamais a trairia ou aprontaria algo que a fizesse sofrer. E assim, chegou o novo ano (1989) com muitas perspectivas - Beatriz iria se formar em Química e muito feliz enviou o convite de formatura para Nando que respondeu comunicando que não podia se ausentar do trabalho e desejou-lhe toda a felicidade e sucesso pela conquista. Nesse meio tempo as cartas, agora, se tornaram raras e Beatriz já desconfiava que havia outra mulher entre os dois chegando a questionar o namorado sobre tal suspeita recebendo negativas do mesmo.

O ano  passou veloz e Fernando em nenhum momento voltou a terra natal para rever a família, os amigos e especialmente Beatriz que já desconfiava que o grande amor não era tão grande como ela imaginara, ao menos da parte dele. Sem cartas, raramente um telefonema quando Fernando ia a capital do Estado para dar notícias a família. Por outro lado, percebia-se claramente o constrangimento dos familiares de Nando quando encontravam-se com Bia e ela obervava nos mesmos um olhar mortal de pena. A noiva queria viajar e ir de encontro ao amado, mas este não permitia dizendo-lhe que estava absorvido com muito trabalho.

Finalmente, chega-se as festas natalinas do ano de 1989 e Beatriz esperava ansiosamente por Fernando. Mal sabia Bia que seria um dos piores natais de sua vida. Ela esperava ansiosamente pelo noivo, mas recebeu um telefona no dia 23/12 do corrente ano, onde Nando lhe comunicava que estaria se casando "amanhã", ou seja, no dia 24/12/1989.


 


 
Uma bala de prata atingiu o coração da jovem apaixonada e sonhadora; qual o motivo? O que aconteceu com tão grande amor? Indagou a jovem com voz trêmula e partida ao que recebeu friamente e secamente como resposta: estou gostando de outra mulher. Beatriz, apesar de sonhadora era uma mulher firme em suas decisões, forte e de brio. E então respirou fundo, buscou forças e com a voz firme disse ao amado: você não ama esta mulher, você está apaixonado e encantado e isso acaba. Você está cometendo o maior erro de sua vida, pois é a mim que ama e, certamente, eu não estarei presente quando você reconhecer isso e vier me procurar - esqueça-me! Após estas palavras Bia desligou o telefone, comunicou o ocorrido para a família que ficou estarrecida por uma atitude tão vil e abjeta de alguém que se tinha respeito e admiração. Para Beatriz foi o pior Natal de sua vida depois do Natal que sucedeu a partida de seu amado Pai. Uma tristeza profunda abateu-se sobre a jovem que viu o seu castelo desmoronar. O que fazer? Como continuar? A vergonha de ser abandonada de modo tão ignóbil a corroia por dentro.

O tempo, o tempo cura tudo e há de sanar esta dor, dizia-lhe a sua mamãe. Então, Bia tratou de se reconstruir. Rasgou todas as fotos, todas as cartas e deletou todas as lembranças daquele que um dia lhe fizera juras de amor. É preciso recomeçar e ela recomeçou. Buscou nos estudos um motivo para seguir e entrou para a faculdade de Engenharia Civil. Todavia, o mundo dá voltas e nessas voltas o passado retorna e Beatriz recebe uma inesperada visita.

Continua...



 
Alvaniza Macedo
Enviado por Alvaniza Macedo em 12/07/2020
Código do texto: T7003516
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