Persistente Amor
Agora só lhe restava respirar e esperar...
Ainda lembrava do seu desespero a procurá-la no meio de tantos a dançar naquela balada. A danceteria estava cheia, como era comum nas sextas-feiras. Tinham ficado juntos certa vez, mas agora parecia que o ignorava. Por isso, quando a viu dançando sozinha, aproximou-se e tentou iniciar uma conversa, mas ela quase não o notou. Afastou-se meio sem graça e começou a mexer no celular, mas sempre acompanhando a sua dança solitária. O olhar se dividia entre o que via na tela e ela a dançar num ritmo diferente dos sons tocados, como se estivesse noutro lugar.
A decoração do ambiente, forrado com papeis de parede num tema marinho, o levava a recordar dos momentos de amor que viveram certo dia na praia. Gostava do local porque lembrava daquele dia. Lembrava dela. E numa das furtivas olhadas na sua direção, ele a viu dançando com uma garota no meio dos flashes e piscar das luzes coloridas. Tranquilizou-se imaginando-a com uma amiga e continuou a rolar a tela do telefone. E eis que numa das olhadelas notou que a dança entre as duas estava cada vez mais próxima e ficou apreensivo. Os flashes dos holofotes na pista de dança só permitiam que ele visse alguns segundos do que faziam, mas conseguiu perceber que agora havia muita intimidade, com conversas ao ouvido, mãos nos cabelos e lábios próximos. Num pequeno instante em que se distraiu com uma mensagem e deixou de acompanhá-la, elas sumiram. Se odiou por tê-la deixado escapar e saiu a procurar como louco.
Percorreu todos os espaços do lugar e a cada vez que os holofotes iluminavam o papel de parede, ele lembrava dos dois entrelaçados na areia num tórrido momento de amor ao quebrar das ondas num pôr-do-sol. As lembranças pipocavam junto aos flashes de luz. Ora se via na pista, ora na praia, e sofreu ao imaginar que seus sonhos poderiam acabar como as bolhas formadas por luzes que estouravam no teto. Pensou no beijo entre elas, sentiu-se mal. Já não sabia se o encontro a beira-mar tinha mesmo acontecido ou se era apenas seu desejo imaginado. Os flashes, a música, o beijo e a confusão mental o deixaram zonzo, mas seu pensamento ainda estava nela. Recompôs-se, voltou à busca, e com o peito cheio de dor e o coração a bater em ritmo descompassado ele se perguntava onde estaria a sua garota e por que o tinha magoado tanto. Estava muito apaixonado e não aceitava a possibilidade de perdê-la.
Resolveu olhar no lado de fora. Ao sair, nem percebeu ter esbarrado na menina que dançava com ela, tão atônito se encontrava, bem como não saberia dizer o tempo levado na busca e nem mesmo lembrar se havia deixado de olhar em algum lugar. Voltou para a danceteria e já estava prestes a desistir quando a avistou semideitada num dos bancos próximos ao bar. Fechou os olhos e suspirou aliviado. Aproximou-se timidamente, sentou ao seu lado e perguntou se estava tudo bem. Ela apenas assentiu com um breve sorriso e, em silêncio, ele permaneceu ali, a contemplá-la, pensando na areia e no barulho das ondas, enquanto os flashes de várias cores pipocavam e iluminavam o mar das paredes.
Agora só lhe restava respirar e esperar...
Ainda lembrava do seu desespero a procurá-la no meio de tantos a dançar naquela balada. A danceteria estava cheia, como era comum nas sextas-feiras. Tinham ficado juntos certa vez, mas agora parecia que o ignorava. Por isso, quando a viu dançando sozinha, aproximou-se e tentou iniciar uma conversa, mas ela quase não o notou. Afastou-se meio sem graça e começou a mexer no celular, mas sempre acompanhando a sua dança solitária. O olhar se dividia entre o que via na tela e ela a dançar num ritmo diferente dos sons tocados, como se estivesse noutro lugar.
A decoração do ambiente, forrado com papeis de parede num tema marinho, o levava a recordar dos momentos de amor que viveram certo dia na praia. Gostava do local porque lembrava daquele dia. Lembrava dela. E numa das furtivas olhadas na sua direção, ele a viu dançando com uma garota no meio dos flashes e piscar das luzes coloridas. Tranquilizou-se imaginando-a com uma amiga e continuou a rolar a tela do telefone. E eis que numa das olhadelas notou que a dança entre as duas estava cada vez mais próxima e ficou apreensivo. Os flashes dos holofotes na pista de dança só permitiam que ele visse alguns segundos do que faziam, mas conseguiu perceber que agora havia muita intimidade, com conversas ao ouvido, mãos nos cabelos e lábios próximos. Num pequeno instante em que se distraiu com uma mensagem e deixou de acompanhá-la, elas sumiram. Se odiou por tê-la deixado escapar e saiu a procurar como louco.
Percorreu todos os espaços do lugar e a cada vez que os holofotes iluminavam o papel de parede, ele lembrava dos dois entrelaçados na areia num tórrido momento de amor ao quebrar das ondas num pôr-do-sol. As lembranças pipocavam junto aos flashes de luz. Ora se via na pista, ora na praia, e sofreu ao imaginar que seus sonhos poderiam acabar como as bolhas formadas por luzes que estouravam no teto. Pensou no beijo entre elas, sentiu-se mal. Já não sabia se o encontro a beira-mar tinha mesmo acontecido ou se era apenas seu desejo imaginado. Os flashes, a música, o beijo e a confusão mental o deixaram zonzo, mas seu pensamento ainda estava nela. Recompôs-se, voltou à busca, e com o peito cheio de dor e o coração a bater em ritmo descompassado ele se perguntava onde estaria a sua garota e por que o tinha magoado tanto. Estava muito apaixonado e não aceitava a possibilidade de perdê-la.
Resolveu olhar no lado de fora. Ao sair, nem percebeu ter esbarrado na menina que dançava com ela, tão atônito se encontrava, bem como não saberia dizer o tempo levado na busca e nem mesmo lembrar se havia deixado de olhar em algum lugar. Voltou para a danceteria e já estava prestes a desistir quando a avistou semideitada num dos bancos próximos ao bar. Fechou os olhos e suspirou aliviado. Aproximou-se timidamente, sentou ao seu lado e perguntou se estava tudo bem. Ela apenas assentiu com um breve sorriso e, em silêncio, ele permaneceu ali, a contemplá-la, pensando na areia e no barulho das ondas, enquanto os flashes de várias cores pipocavam e iluminavam o mar das paredes.
Agora só lhe restava respirar e esperar...