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Welington chegou ao prédio de seis andares, THE BLUE MOON da Alameda Santos, as dez e quinze. Ele entrou ao elevador e desceu no terceiro andar. Na recepção ele era aguardado por uma linda morena de 1,70 metro de altura, olhos verdes, usando um Taier cinza estampado com pequenas poas, que a moldava o corpo de modo a deixar sex, sedutora.
 
- Bom dia Sr. Welington, - disse a secretária, num tom amistoso – ah, essa é a Srta. Anne, ela o está guardando, disse que havia marcado com o senhor uma reunião para as 10h.
 
- Sim, nós nos falamos por telefone. Srta. Anne, queira me acompanhar por favor.
 
Welington abriu a porta e ficou de lado para que a moça entrasse primeiro, o que lhe daria oportunidade para conferir a material da moça. A mulher tinha o corpo perfeito, uma leveza no caminhar que provocava suspiros de aprovação.
 
Welington fechou a porta, indicou a ela a cadeira em frente à mesa. Ele fez a volta por trás da mesa, tendo sentado, cruzou os dedos. Apoiando os antebraços sobre a mesa, ele disse.
 
- Aceita uma água, um café?
 
- Não, obrigada.
 
- O.k., em que posso ajudá-la?
 
Ela abriu a bolsa, pegou uma foto e a entregou para Welington. Ele pegou a foto e observou a imagem por um longo momento. Era a foto de um homem com características polaca, com leves traços de alguém oriundo da Europa central.
 
- Quero descobrir se ele tem outra mulher, – disse ela sem rodeias.
 
- O que ele faz?
 
- É advogado e contador..., mas, ele viaja muito, sempre diz que é a negócio, porém, essas viagens as vezes duram semanas.
 
- Qual o nome dele?
 
- Claudio Peterson
 
- Sei, ele vai para onde normalmente.
 
- Nordeste, Minas, e as vezes para o México e Cuba.
 
- Em território nacional, posso segui-lo, mas fora do país...
 
 
- Dinheiro não é problema – adiantou a mulher em dizer.
 
- O.k., dentro do estado, cobro R$500,00 por dia mais despesas, se tiver que sair do estado, são R$1.000,00 mais despesas.
 
- Quanto precisa para começar?
 
- Quinze mil.
 
- Sem problemas, prefere em cheque ou em espécie?
 
- Pode ser transferência.
 
A morena pegou o celular e desbloqueou a tela inicial.
 
- Qual o seu banco?
 
- Itaú.
 
Ela correu o indicador sobre a tela do celular, digitou alguns algarismos, depois perguntou.
 
- Agência e conta?
 
Segundos depois, ela concluía operação.
 
- Já está em sua conta.
 
- Perfeito, me passa o endereço do escritório do seu esposo.
 
-Ele não é meu esposo, é meu pai.
 
-Entendo, – disse Welington, surpreso - passe-me o endereço, vou começar o serviço imediatamente. Fale com minha secretaria que ela vai redigir o contrato de prestação de serviço... no final da investigação, lhe apresentarei o relatório dos meus honorários, se houver saldo positivo lhe será devolvido.
 
Welington se levantou, estendendo a mão para ela, indicando que a reunião terminara. Ela lhe apertou a mão e foi para a recepção.

 
<<~>>
 
Celia havia conquistado seus mais elevados sonhos. Formara-se em medicina, se tornando a mais proeminente neurocirurgiã de sua turma, apesar da sua formação tardia. Teve a oportunidade de dar palestra em Paris.  Mas a cinco meses seu mundo desabou. Quando saia do cinema com uma turma de amigas, teve um acidente vascular cerebral. Ficando 70 dias em coma. Agora em casa, necessitava de ajuda até para se alimentar.
 
Anne chegou do escritório de investigação particular, foi direto ver como a mãe estava. Ela adentrou ao quarto da mãe. Célia estava sendo banhada pelas enfermeiras. Ver a mãe daquele jeito, dependente dos outros para tudo era muito incomodo para Anne. Mas o que mais a incomodava, era o fato de Cláudio, que dizia amar tanto a Célia, e, ele demonstrou esse afeto de forma incontestável, enquanto Célia esteve em coma, a visitando todos os dias no hospital, as vezes até passando a noite ao lado dela, mesmo contra a vontade dos médicos. Entretanto, desde que ela recebera alta e viera para casa, ele, continuo levando a vida normalmente, como se nada tivesse acontecido. Viajando, a trabalho, ficando até tarde no escritório, às vezes, nem vindo dormir em casa. Quando vinha para casa, sempre cheirando a bebida alcoólica, coisa que durante o tempo que Anne viveu com eles, antes de ir morar sozinha, não acontecia. Ela nunca o vira tomar uma cerveja. Aquela situação para ela era inaceitável, ela acreditava piamente que Cláudio tinha outra mulher, era a única explicação.
 
Anne, já havia saído de casa a muitos anos, levava sua vida de modelo, viajando pelo mundo, desfilhando para as melhores marcas. Porém, desde que sua mãe sofrera o AVC, Anne estagnou sua vida, dedicando-se a ficar do lado de sua mãe.  
 
Arianna, a filha mais velha, só veio ver a mãe, quando ela estava em coma. Ficou cinco dias no Brasil, depois voltou para sua vida em New York. Ela fora fazer um intercâmbio nos estados unidos em meados da década de 90, era para ficar seis meses, mas ela, conheceu um inglês que trabalhava com propaganda e marketing, se enamoraram. Foi amor à primeira vista. Um ano depois, eles se casaram, desde então ela só vem ao Brasil nas férias.
 
Continua ...
Felipe Felix
Enviado por Felipe Felix em 01/07/2020
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