A bailarina e o jogador VI e VII

Conhecendo meu primeiro amor (Platônico)

Capítulo VI

‘Do primeiro amor não correspondido de Eva, sentimento nutrido por Adão passaram-se alguns anos até reencontra-lo. Seu primeiro amor chegara de viagem justamente no ano em que iniciara seu namoro com o então futuro esposo e pai da sua filha, Maisson.'

 

 

Eva, seguira  a vida  enclausurada à sua rotina, do trabalho na residência da tia ao complexo onde permanecia longe da sua família. Virava a noite em lágrimas, não via seu pai, seus irmãos e, sua mãe somente quando aparecia à casa dos sogros para vê-la.

A vida lhe parecia confusa e incerta, mas uma coisa era certa, a bailarina jamais desistiria dos sonhos de menina. A possibilidade de um aborto, não era uma opção, a vida é uma dádiva e ela sabia que venceria, levasse o tempo que fosse.

A gestação chegara nas últimas semanas, segundo o pré natal seria um parto normal tranquilo, mas haveria complicações devido a pré eclampsia, é feita uma cesárea de urgência. Eva acordara na sala de recuperação sem saber da sua nenê e ficaria ali por longas sete horas até ir para o quarto conhecer sua filha, que a chamaria de Sara.

Linda menina, pesara mais do que a média dos bebês, era  a mais linda e única menina nascida naquela data onde só nascera meninos, maior bebê em peso da maternidade. Eva soube naquele instante que o verdadeiro amor acabara de nascer.

Na maternidade, Eva foi acompanhada pela mãe e sua irmã mais velha, o pai da criança não foi encontrado para acompanha-lás, aparecendo somente no dia seguinte. Questionado pela ausência relatara que estava comemorando a chegada da filha. A cada fase daquele relacionamento a bailarina se fortalecia para não viver sob os cuidados da família dele e, se dependesse não teria o apoio e companheirismo que tinha quando as festas era tudo que eles tinham.

Com a nova realidade, aquela menina sofria por não ter mais sua vida agitada de adolescente, amava seu “marido” mas distanciava-se e aproximava-se mais da maternidade, era necessário desapegar e deixar o controle que exercia no relacionamento. Ele estava livre para continuar sua vida como se não houvesse compromisso, como se não houvesse duas vidas que agora dependiam dele tanto emocional como financeiramente, mas responsabilidades não era o forte de Maisson, nunca fora na real, coisa que Eva só perceberá tarde demais.

No ano seguinte do nascimento da sua filha Sara, matricula-se na escola para concluir o último ano do Ensino Fundamental. A bailarina, assumiu seu destino, se desdobraria nos cuidados da filha, trabalho e escola, pensava que se concluísse seus estudos poderia ter um trabalho melhor e dar uma vida boa à filha. O pai tinha uma vida boa, os pais abastados, não havia necessidades urgentes naquela cabeça de vento, mesmo tendo uma família para sustentar. Com certeza dependeria somente de Eva o seu futuro e de sua criança recém nascida.

 

( A bailarina e o jogador)

Dona Cris

Capítulo VII

'Eva, não tirava Adão de seus pensamentos. Tentava entender porque depois de tantos anos aquele homem estaria de volta à sua vida. Tantas coisas ditas e porquê agora o destino lhe apresentava com informações de desencontros que até o momento não lhe era relevante. Estaria o destino querendo mostrar-lhe algo do qual não compreendia.

Permanecia ansiosa pelos diálogos reveladores.'

As angústias de Eva não seriam amenizadas com todo esforço que fazia para uma vida melhor, sua dor maior era a rejeição da sua filha Sara em preferir estar com a avó paterna, sua ausência era necessária para um futuro melhor, doia-lhe o coração em chegar da escola noturna, após um dia inteiro de trabalho longe de sua filha e, a criança chorar por não querer ir pra casa com a mãe. Teria que sacrificar aqueles momentos em prol do futuro da filha, só rogava por um dia a filha entender.

Novo ano, Eva estava apta para o ensino médio, com a nova escolaridade, veio novas oportunidades.

No segundo ano, com louvor foi selecionada a um estágio remunerado no NPD ( Núcleo de processamento Dados) na 4° Delegacia Regional da sua Província, aprendendo e tendo novas experiências, com um ótimo salário as perspectivas da bailarina aumentavam, com isso o distanciamento do cônjuge aumentava, gerando ciúmes com seu desenvolvimento, de uma simples doméstica na casa da tia rica, para uma elogiada estagiária pelo comprometido com o trabalho prestado, sendo promovida a secretária adjunta do delegado regional, foram dois anos louváveis.

Findado o ano de ensino médio, Eva mesmo sabendo ser capaz não almejava um curso superior devido a falta de emprego após seu estágio, mesmo assim, arriscou um vestibular e com alegria passou. A corrida era angustiante pois, a matrícula tinha data certa e paga.

A bailarina, não resistiria, conseguiu o valor da matrícula e a fez. O depois, pensara, daria um jeito, trabalharia para pagar sua faculdade. Foi o que fez, voltou a sua antiga atividade de doméstica, agora em duas casas pela manhã e tarde. As manhãs era dedicadas a sua prima Helizete, filha da sua tia onde trabalhava outrora, a tarde dedicava-se a casa da tia do seu cônjuge.

Começou a maratona do curso superior e Eva sofria pelo pouco tempo dedicado a sua filha.

A relação com Maisson já não era a mesma, ela percebia que ele se sentia inferior a ela. Mas ela só pensava no futuro deles. Uma vida melhor. Mas como todo machista, a mulher não podia prover mais que o homem, mesmo ele não tendo isso como premicia.

Seu futuro ao lado de Maisson estaria comprometido?

Ana Cristina Silveira
Enviado por Ana Cristina Silveira em 09/06/2020
Reeditado em 09/06/2020
Código do texto: T6972623
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.