Liam não conseguiu disfarçar o quão perplexo estava diante daquela cena. Sua esposa com seu telefone? Ela sabia a senha? Ela teve coragem? Era mesmo verônica diante dele? Aquele homem com a cabeça apinhada de questionamentos, subestimava de maneira vil a idoneidade de sua esposa. Por acaso verônica era tão “burra” assim? Ou será que ele era tão convicto da submissão da esposa, que a julgou incapaz daquela metamorfose?
Murmurou alguma coisa, mas verônica subitamente interveio: - Não fala nada! Não joga no chão o pouco de dignidade que ainda te resta. Se é que algum dia você foi capaz de tal feito. Não me venha com juras de amor eterno, com palavras de arrependimento, com falsas promessas. Você profanou a mulher que lhe dedicou uma vida, eu fui completa, fui tudo que uma mulher pode ser para um homem, mas não fui suficiente. O melhor que você pode fazer por mim agora é ficar em silêncio, como eu sempre fiquei todos esses anos, te vendo chegar nas madrugadas, embriagado, marcas de batom no paletó. E quantas vezes - ah! Meu Deus! - quantas vezes ignorei. O silêncio com que guardava tudo isso trucidava-me a alma, mas como eu te amava, como eu te amava! Liam ouvia todo aquele desabafo estupefato.
Verônica levantou-se da cama, seu olhar faiscava num misto de ódio e revolta, olhou no mais profundo dos olhos do marido e exigiu que ele saísse de casa e fosse morar na mansão em outro bairro. Levantou-se da cama, caminhou até a cozinha e trancou a porta. Foram as horas mais longas de sua vida, seu coração tinha batimentos acelerados e seu peito ardia em brasa. Verônica chorava amargamente, não pelo que vira no celular do marido naquela noite - eram vídeos e fotos horrendas, é verdade- mas, por ter se permitido sofrer aquele martírio todos aqueles anos, na esperança que Liam mudasse.
Ela sentiu algo muito parecido com ódio de si mesmo. Porém, prometeu jamais chorar de novo, jamais sofrer daquele jeito por alguém nos anos que ainda vivesse. “Vou dar a volta por cima, vou me refazer, vou buscar um novo sentido para minha vida, eu sou capaz”, pensava Verônica, quando ouviu a porta fechar e o barulho do carro saindo.
Ainda pavorosa, verônica saiu da cozinha e aquela casa lhe parecia deveras vazia, quase espectral, sentiu vontade de chorar novamente, mas se conteve. Parada no meio da sala, refez todos aqueles anos mistos de dor e arroubos de felicidade e decidiu tomar novos rumos na vida, talvez correr atrás dos sonhos interrompidos pelo casamento. Verônica respirou fundo e com todas as forças de suas entranhas desejou que Liam fosse muito infeliz.
O tempo passou, Verônica se revestiu de uma nova mulher, ainda mais linda, doce, de uma finesa encantadora, alvo de galanteios constantes, porém o coração vertido em gelo. Liam vivia de bar em bar, amante em amante, se questionando se não teria sido mais fácil ser fiel todos aqueles anos, e agora amargava com acre sabor na boca a dura realidade de quem talvez nunca compreenda o que é AMAR DE VERDADE.
Murmurou alguma coisa, mas verônica subitamente interveio: - Não fala nada! Não joga no chão o pouco de dignidade que ainda te resta. Se é que algum dia você foi capaz de tal feito. Não me venha com juras de amor eterno, com palavras de arrependimento, com falsas promessas. Você profanou a mulher que lhe dedicou uma vida, eu fui completa, fui tudo que uma mulher pode ser para um homem, mas não fui suficiente. O melhor que você pode fazer por mim agora é ficar em silêncio, como eu sempre fiquei todos esses anos, te vendo chegar nas madrugadas, embriagado, marcas de batom no paletó. E quantas vezes - ah! Meu Deus! - quantas vezes ignorei. O silêncio com que guardava tudo isso trucidava-me a alma, mas como eu te amava, como eu te amava! Liam ouvia todo aquele desabafo estupefato.
Verônica levantou-se da cama, seu olhar faiscava num misto de ódio e revolta, olhou no mais profundo dos olhos do marido e exigiu que ele saísse de casa e fosse morar na mansão em outro bairro. Levantou-se da cama, caminhou até a cozinha e trancou a porta. Foram as horas mais longas de sua vida, seu coração tinha batimentos acelerados e seu peito ardia em brasa. Verônica chorava amargamente, não pelo que vira no celular do marido naquela noite - eram vídeos e fotos horrendas, é verdade- mas, por ter se permitido sofrer aquele martírio todos aqueles anos, na esperança que Liam mudasse.
Ela sentiu algo muito parecido com ódio de si mesmo. Porém, prometeu jamais chorar de novo, jamais sofrer daquele jeito por alguém nos anos que ainda vivesse. “Vou dar a volta por cima, vou me refazer, vou buscar um novo sentido para minha vida, eu sou capaz”, pensava Verônica, quando ouviu a porta fechar e o barulho do carro saindo.
Ainda pavorosa, verônica saiu da cozinha e aquela casa lhe parecia deveras vazia, quase espectral, sentiu vontade de chorar novamente, mas se conteve. Parada no meio da sala, refez todos aqueles anos mistos de dor e arroubos de felicidade e decidiu tomar novos rumos na vida, talvez correr atrás dos sonhos interrompidos pelo casamento. Verônica respirou fundo e com todas as forças de suas entranhas desejou que Liam fosse muito infeliz.
O tempo passou, Verônica se revestiu de uma nova mulher, ainda mais linda, doce, de uma finesa encantadora, alvo de galanteios constantes, porém o coração vertido em gelo. Liam vivia de bar em bar, amante em amante, se questionando se não teria sido mais fácil ser fiel todos aqueles anos, e agora amargava com acre sabor na boca a dura realidade de quem talvez nunca compreenda o que é AMAR DE VERDADE.