“GUARDANAPO BRANCO”
Rauzi de Carvalho Pereira
 
                   Convidei-a prá jantar, chequei ansioso, e feliz, ao local combinado, esperei- a saboreando uma taça de vinho, o tempo passando e eu focado na porta de entrada, por vezes, brincava comigo mesmo e forçava não olhar, só prá ser acometido pela surpresa da sua chegada, olhar no celular, brincava com os apetrechos da linda mesa de jantar, sentido-me deslocado e já tímido ante a tantos casais, mão no queixo, cotovelo,  já,  por sobre a mesa, a palpitação me dava sudorese, as lentes do  óculos embaçavam,  comecei a  ser acometido pela irritação e desânimo, percebi que já esperara demais, sempre esperei demais, pinguei, propositalmente três gostas de vinho em forma de triângulo no guardanapo branco, não sei o porquê, e nele escrevi com o bico da faca: “eu te odeio”, instintivamente, jurei neste momento nunca mais revê-la, levantei-me e parti, isso  foi ontem, hoje não repetiria mais este ritual.
Qual?
O de dizer que a odeio.
Ráuzi de Carvalho Pereira
Enviado por Ráuzi de Carvalho Pereira em 12/05/2020
Reeditado em 18/05/2020
Código do texto: T6945314
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