REGRA DE TRÊS

A doce Mara era uma garota estudiosa, só tinha problema: era péssima em Matemática. Era para ela um terror resolver todos aqueles cálculos: equações, inequações, regra de três, sistemas, logaritmos, problemas geométricos... Nossa! A cabeça parecia que iria explodir. Para piorar, o seu professor era muito chato. A turma toda reclamava de sua falta de paciência. Mara estudava Matemática só para passar de série, sem nenhum compromisso em aprender de fato. A adolescente era bem tranquila, e tinha muitos amigos: os livros. Gostava de poesia, tomou gosto pela Literatura ao ler o diário que sua mãe, dona Leonice, tinha guardado.

Nele estava exposto em palavras todo o sentimento de amor, saudades, doces lembranças, a história de amor de sua mãe com o seu pai já falecido. Lia-o sempre escondida de sua mãe, pois ela não gostava que mexesse em suas coisas. Leonice era bastante reservada, desde que ficou viúva se fechou para a vida. Só se preocupava com a filha, queria vê-la formada, doutora... Como era o gosto do pai da menina.

Mara quebrava a cabeça com a Matemática, já Leonice precisava reunir os cacos de seu coração, superar a solidão e se abrir para a vida. Nunca é tarde para recomeçar! O amor vivido, sua história foi muito linda... Mas o amor sempre se faz presente! E ele sempre nos chama para o recomeço! Eu sei que todos têm o direito de não entrar em novo relacionamento, mas viver de passado não é sintoma de felicidade. Quem é feliz consigo mesmo busca querer fazer outra pessoa mais feliz. Há 10 anos, Leonice encontrava-se nesta situação: sua história de amor, lembranças de seu primeiro namorado que foi seu marido, e pai de sua filha tão doce e tão bela. Sua história de vida resumia-se naquele amor. Tudo estava tão vivo! Ela não queria viver um novo amor, pois achava que agindo assim iria trair o marido, embora ele já estivesse morto. Mara olhava para a mãe respeitava sua escolha, mas no fundo queria ver a mãe bem feliz vivendo um amor no presente. A doce menina tem lembranças vagas do pai, bem longe. O sorriso dele, os passeios no parquinho... Enfim uma família feliz! Saudade... Mas a vida não se resume a saudade. A felicidade está no desafio, em superar, em não se acomodar, em não viver de lembranças. Certo, devemos respeitar cada etapa, tudo é um processo... Assim como a Matemática! É preciso encarar, obedecer as regras. Mara foi tirando lições ao ler a história de vida da mãe, foi aprendendo como acontece o amor. Tudo é a convivência, é a construção do diálogo para desconstruir o muro do preconceito. A vida é uma descoberta, não é aquilo que sentimos no início de um relacionamento que irá prevalecer. O olhar para o amor a cada dia é um olhar diferente, e cada detalhe é uma luz que nos inspira a entender melhor o outro. Cada pessoa não é um problema, é uma lição de vida. E a sabedoria vem de Deus. Deus deve fazer parte do relacionamento do casal. É um relacionamento a três que vai para frente: a regra de três.

Mara recorreu a Deus para lhe ajudar a gostar de Matemática, seguindo assim o conselho de sua mãe. A Matemática é uma boa amiga, é como uma pessoa que nós encontramos equilibrar os nossos problemas, dividir conosco a esperança, a felicidade.

Mara vê em sua mãe sua melhor amiga. Revelou para ela que leu o seu diário, Leonice não brigou, em vez disso riu muito. As duas se abraçaram! Mara olhou nos olhos de sua mãe e profetizou em Nome de Jesus que a mãe encontraria um novo amor, um amor lindo, um amor para ficar na história, tal qual foi com seu pai. Mara aprendeu que o resultado daquilo que a gente persiste, daquilo que a gente quebra a cabeça, se chama amor. E disse isso para a mãe, e Leonice ficou admirada em saber que a filha tinha razão. É a sabedoria divina iluminando a mente da menina.

( Autor: Poeta Alexsandre Soares de Lima)

Poeta Alexsandre Soares
Enviado por Poeta Alexsandre Soares em 21/04/2020
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