AMOR PERFEITO?
AMOR PEREITO?
Como pode alguém amar tanto a ponto de renunciar a si mesmo para ceder as realizações da pessoa amada? Assim, eram Lucy e Dan, completamente apaixonados. Como poderia existir tanta cumplicidade no amor, no prazer e na dor?
Sinceramente não compreendo, não assimilo, não consigo sequer mensurar o tamanho do descompasso que minha alma vive ao observar aquele casal aparentemente tão perfeito, tão sincrônico, um amor tão latente, regado a fogo e paixão. AMOR PERFEITO?
Lembrei-me por um instante de Liza e suas histórias, se ela tivesse conhecido Lucy e Dan certamente acreditaria no “felizes para sempre”. Não era possível existir um amor assim, mas existia, existia sim, algo para além do bem e do mal. Até quando duraria? Quem poderia dizer? Tinham crises? Brigas? Não sei, sinceramente não sei (risos).
O amor sempre me pareceu tão fugaz, tão excêntrico, tão egoísta, nada de gratuito, pelo contrário, sempre achei um sentimento tão conveniente, entende? Conveniente. E ali, estavam Lucy e Dan, provando para pessoas como eu que o amor é tão simples como um girassol, sabe, um girassol.
Eles eram tão apaixonados, era visível o quanto ardiam de desejos. Certamente eram motivo de inveja para muitos casais. Expressavam um sentimento tão doce, tão puro, tão cumplice que chegava a ser contraditório para mim. Se existia dor naquela relação, provavelmente não doía. Não é contraditório? Eles corriam e dançavam na chuva enquanto beijavam-se ardentemente, dar para imaginar algo assim? É sobrenatural, de qual planeta eles vieram? AMOR PERFEITO?
O amor, há o amor. Deixo esse sonho para os loucos sonhadores. Não tenho a pretensão de vivê-lo, antes me deleito em traduzi-lo. AMOR PERFEITO? Nas redes sociais não deixava nenhum resquício de dúvidas que era sim perfeito. Na vida real, nunca tive o prazer de conhecê-los.