Inesperada presença
Era um dia comum de trabalho, expectativa de muitos atendimentos, visto que o prazo para os novos registros cadastrais do estado já estava se esgotando. Fui trabalhar com uma roupa qualquer que eu havia pegado no armário, cabelo preso com uma presilha pois estava sujo e acabei enrolando a não lavar (drama de toda mulher). Me sentei no primeiro guichê de atendimento, e comecei a trabalhar. Neste dia, os trabalhos estavam corridos, o sistema havia parado diversas vezes certamente algum congestionamento na rede, pelo fluxo de informações, mas já havia retornado e eu atendia um senhorzinho muito gente boa, quando de repente olho pela vidraça da porta, e vejo o ser humano mais lindo existente na Terra, mal poderia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Seria uma miragem? Eu não estava enxergando bem? por alguns segundos foi o que eu pensei, até que adentrando no recinto, me entregou um envelope, com o sorriso mais lindo do mundo, queria poder correr, abraçar e beijar esse serzinho, mas estava trabalhando, tive que me conter. Pedi que esperasse até que eu terminasse o atendimento, e me perdi até na conversa que eu estava tendo com esse senhorzinho. Meu coração começou a bater um pouco mais acelerado, e meus olhos por detrás do computador se desviavam levemente para observar aquela pessoa alinda, que estava a minha espera. Assim que acabei de atender, me levantei para encontrá-la, nos abraçamos... e aquele perfume que só ela tem, me trouxe uma sensação de paz interior, conversamos por poucos minutos, e voltei a trabalhar, ansiosa pra saber o que tinha no envelope...a cada pequeno intervalo de atendimento, eu rasgava um pedaço do envelope, afim de saber o que tinha dentro. Quando finalmente, consegui ver, soltei um sorriso de orelha a orelha, era uma carta, daquelas cartas de amor, que fazem a gente suspirar, vi só um pedacinho, e em alguma parte vi escrito “a lua te vê e sente inveja”, mais um sorriso bobo. E assim foi o resto do meu dia, de sorrisos em sorrisos bobos, o perfume dela estava impregnado em mim, sentia como se ela ainda me abraçasse, e me olhasse, como quem diz “Eu Te Amo”, sem soltar uma sequer palavra na boca