Chamas na floresta do coração.

Em meio ao caos tão rotineiro de sua vida,

Viu mais uma vez suas chamas explodirem em fagulhas e feridas.

Ninguém a notava queimar, mas ela estava queimando sem gritar, tentava com conta gotas suas chamas apagar.

Até que um sussuro de sua voz se fez ouvir, por alguem que passava por ali, um transeunte que sequer podia notar a torrente de lava que estava nela a fluir.

Ao notar o som de sua voz e o gotejar de suas palvras na mesma hora quis ajudar a tira-la das chamas que a queimavam, mas ela já estava tão acostumada que já nem doia mais, cada brasa que se juntava era apenas um brilho a mais, uma cicatriz a mais, uma lágrima a mais, até secar, seus olhos e seu coração.

Mas mesmo com ela relutando em deixar a fonte da sua dor, ele estendeu sua mão e até se queimou, mas conseguiu a livrar de toda aquela melancolia que reinava em seu olhar.

Foram dias de festa, dias de paz, de brincadeiras, danças, cantorias, risadas até não acabar mais, manhãs de luz em que ele era o proprio sol que a vinha despertar, com amor, petalas em flor no seu beijo e suas doces palavras escorriam como mel, era um pedaço do céu.

Ela gostou tanto que tudo deixou para não ter que mais para trás olhar, porém mais uma vez se decepcionou pois o proprio sol começou a lhe queimar, chamas tomaram seu peito, de novo mais caos, mais brasas para lhe trazerem a lembrança de onde ela viera, e pra onde deveria voltar.

Ela so queria ser unica, queria ser suficiente, ser tudo para alguém, mas quem a salvou não pode dar seu amor por inteiro, nem exclusividade, nem certeza de que não seria trocada, ela era apenas mais uma lenha enfim, nada que não pudesse ser usada, manipulada e queimada no fim.

Por fim ela então decidiu que não voltaria mais pra onde ela saiu, nem ficaria onde ela estava, ela decidiu mergulhar em si e ser dela, exclusiva, unica e suficientemente dela, um.lugar tão intrinsico que ninguém a poderia mais alcançar, ela era arvore, fez das suas raizes seu lar.