F r e v o
CARNAVAL. Os blocos passando, o trânsito fechado, as pessoas na maior animação. Mas, em meio à multidão, um homem não estava nem aí para a animação. Pelo contrário: estava triste, nervoso e vexado. Doido para pegar qualquer tipo de transporte para chegar ao metrô e de l[a alcançar a Rodoviária. Precisava chegar antes da amada pegar o ônibus para o sertão. Que carnaval triste!, exclamava se si para consigo mesmo. Por algo sem nenhuma importância, coisinhas miúdas, besteiras, pirraça... tinha brigado feio com a amada. E dessa feita tinham perdido a elegância e o decoro, principalmente ele, fora rude. Fora tão radical que ela arrumou os troços e fora para a casa dos país no sertão.
Ah, se arrependimento matasse ele já estaria morto. A verdade nua e crua é que nçao sabia mais viver sem Zazá. Era, confessava, dependente dela. Mas as divergências de opinião e as cobranças mútuas fram gerando brigas. No começo algumas até esquentavam a relação, valia a musica cantada por Altemar Dutra. Eram apaixonados naquela base de só vou se você for, como cantava Dolores. Não, não aciatava o fim de caso. For estúpido e ia tentar a retratação, a redenção, a paz.
Estranho e previsível o amor verdadeiro. Ele sempre precisa de provas, avaliações, testes, Enem do amor. Conseguiu pegar um táxi e chegou ao metrô e nele chegou à Rodoviária. Correu pelas escadasecom o coração tocando timbalada (ou era frevo?) chegou ao local do embarque justamente na hora que os passageiros estavam embarcando no expresso para Arcoverde. Quando ele gritou foi justamente que num gesto não programado Zazá olhou para trás e ouviu: - Zazá, meuamor, nao viaje. Eu te amo. Volta Zazá". Os passageiros que estavam na fila e os que estavam esperando outro ônibus pararam as conversar e uns ate de cantar etodos endossaram o grito: - Volta Zazá. Ela voltou e se dirigiu para ele, se abraçaram chorando.E foram embora, pegaram o metrô de volta e quando chegaram em casa selaram de vez a paz. E depois foram comemorar num bloco em Olinda. Inté.