Uma fotografia de seis de Julho
Achei uma foto nossa perdida, em um álbum antigo. Era seis de Julho de 2010, lembro da data porque foi aniversário da vó Laurinda. Foi a nossa primeira foto juntos.
Ambos estávamos meio sem graça por aparecermos juntos diante de toda a família. Lembro que suas mãos suavam e você passou a noite toda pedindo algo pra beber, pra molhar a boca que estava seca.
Também foi a primeira vez que você disse que me amava e eu quase engasguei com aquele enroladinho de milho e queijo, na hora.
Nunca havia ouvido isso de alguém que não fosse da minha família ou do meu círculo de amizades.
Você tirou todo o chão dos meus pés na hora e eu só sorri. Não consegui dizer que também te amava, embora eu sentisse meu coração saindo pela boca toda vez que pensava em você.
Pra falar verdade, que diabos seria o amor? Nunca soube definir, mas eu sabia que ele estava ali. Nem me pergunte o porquê.
Sabia que te amava e amaria por toda uma vida, mesmo sem ter amado ninguém antes.
Tirei essa foto antiga do álbum e coloquei na estante pra você ver quando chegar. Eu sei que pode ser meio decepcionante, pra algumas pessoas, um texto de amor terminar feliz.
Normalmente, esperamos uma triste separação pra tocar o fundo da alma e reafirmarmos que não devemos acreditar nessa balela de amor.
Mas, embora não possa defini-lo, ele queima aqui dentro e meu coração ainda salta pela boca toda vez que eu penso em você ou te vejo entrando por aquela porta.