APENAS UM ROMANCE VI

            
                 Continuação


Evelyn, pegou a bolsa, os óculos escuros e entrou no carro que estava na garagem  ao lado da sala,deixou a necessérie
em cima da poltrona. Saiu pensando em como a vida era surpreendente.
Será que ainda haveria felicidade para ela?
Sua vida havia se modificado muito desde a separação
de Vagner, quando se conheceram ela pensou que
havia encontrado o verdadeiro amor, mas com o tempo
tudo mudara, ele não tinha mais o carinho de antes
e ela acabou descobrindo que ele havia se envolvido
com Magda, sua secretária. Ele era advogado e tinha
um escritório conceituado em São Leopoldo.
Certo dia, quando ele chegou em casa, tiveram uma
conversa séria e resolveram se separar.
Não houve brigas, fizeram de forma a não traumatizar
os meninos, mas mesmo assim foi difícil para todos.
Vagner saiu de casa, foi para a casa dos pais. Ficou
lá até alugar o apartamento para morar com Magda.
Pensando nisso tudo Evelyn chegou no Shopping
onde tinha sua Loja. Conversou com as vendedoras
e com Michele,  que tomava conta de tudo na ausência
dela. As vendas estavam aquecidas porque era época
de liquidações e havia muita procura ainda por
sandálias para formaturas e para as viagens de férias.
A "Caminito" era uma das Lojas mais procuradas do
Shopping porque seus calçados eram super bonitos
e confortáveis.
Evelyn, terminou de conversar com Michele, se despediu
de todos e saiu apressada. Já eram nove e quarenta e
cinco da manhã. Logo Valentin estaria em sua casa
para pegá-la. A sorte  é que todos os semáforos estavam
abertos para ela e foi fácil chegar. Quando ela estacionou
Valentin já havia chegado.
- Olá Evelyn! tudo bem?
-Oi Valentin, estou chegando da Loja, está tudo bem,
vamos entrar um pouco? Vou pegar minhas coisas
para irmos.
Entraram na casa dela, a sala era grande: jantar
e estar conjugados num só comodo. Ela tinha muito
bom gosto, a cor predominante nos estofados era o
beje clarinho, que dava um contraste bonito
com a madeira natural do móveis, um pouco rústicos.
Vasos com folhagens se esparamavam por todo lado.
Algumas eram coloridas, vermelhas e em vários
tons de verde. Alegravam o ambiente.
Valentin entrou e se encantou com o ambiente,
não resistiu e comentou que havia achado tudo
muito bonito.
Evelyn, havia deixado o rapaz na sala e foi para
o quarto buscar a valise, quando voltou ele estava
olhando um Porta-retratos que havia sob o móvel
da TV. 
-Oi Evelyn, são seus pais?
-Sim, são meus pais no dia do casamento, eles se casaram
aqui mesmo em São Leopoldo, na Matriz.
-Linda foto!   E estes são seus filhos? Você com eles na
foto?
-Sim, meus meninos rs : Dudu e Túlio, na foto eles eram
adolescentes, foi no aniversário do Dudu de dezesseis anos.
-Belas lembranças! Vamos indo?
- Sim, quer tomar um suco ou água antes de irmos?
-Não, obrigada, podemos ir.
O casal foi saindo, Evelyn já havia guardado seu carro.
pegou a valise e a necessérie e entraram no carro
de Valentin.
 A manhã estava ensolarada naquele dia de verão.
Foram saindo da cidade e conversando, a viagem
seria rápida porque Canela era perto.
- Valentin, me conte mais sobre sua vida, sobre
sua história, gostaria de saber mais detalhes.
-Ah! menina, eu sou um homem solitário, vivo
há seis anos aqui em São Leopoldo, vim para cá
a convite da Construtora, estavam precisando de
Engenheiros para tocar as obras e fizeram contato
comigo em Porto Alegre. Desde minha formatura
que eu trabalhava lá, formei-me lá também.
Eu estava prestes a me casar, eu e Izadora morávamos
juntos,  tínhamos planos de nos casar , desde nossa
formatura mas acabamos nos desentendendo, ela
 recebeu um convite para trabalhar em Lisboa e queria
que eu fosse também.
Eu não quis, achei que era complicado demais.
Então ela foi e eu fiquei.
- E você a amava?
-Não sei, penso que não, porque nem sofri tanto assim
com a separação. Mergulhei no trabalho e fui levando.
Minha mudança para cá foi muito boa, fiz novas amizades,
reencontrei pessoas da família, meus tios, os pais de Petrus,
me acolheram muito bem aqui.
Minha mãe é daqui de São Leopoldo, papai é de Canela.
-Ah! me conte sobre seu pai e a sua descendência de
Italianos?
-Sim, todos os meus bisavós vieram da Itália. Do lado de minha mãe, vieram da região do Vêneto, do lado de meu pai vieram de Púglia.  Foi um período difícil, mas o Brasil os acolheu muito bem, acabou dando tudo certo para as duas famílias. E seus pais?
-Meu pai era neto de imigrantes alemães, meus bisavós  chegaram e se fixaram em Nova Petrópolis e depois meu avô mudou-se para cá. Minha mãe tem descendência
portuguesa.
- Dona Maria! Muito linda sua mãe na foto que vi em sua
casa. Como ela é?
-Mamãe é um doce de pessoa, era muito apaixonada por
papai, fazia todos os gostos dele. Ela vive agora para
os netos. Tem cinco netos, dois meus e três de minha
irmã Eliza.  Ela mora junto com Eliza, na casa que
era de meus pais. A casa é bem grande e dá bem para
todos. Ela assimilou muitos costumes da família de
papai. Faz um apfelstrudel delicioso! Uma hora eu
levo você lá na casa dela para provar.
-Quero ir sim, adoro apfelstrudel com sorvete!
-Então vamos combinar.
E assim foram conversando pelo caminho, se conhecendo
um pouco mais. No meio do caminho resolveram
passar em Gramado para pegar uma encomenda que a
mãe de Valentin tinha feito numa Loja de lá.

 
               
   continua no próximo capítulo


             Fonte do amor eterno em Gramado
  

 


                     



 
Adria Comparini
Enviado por Adria Comparini em 22/01/2020
Reeditado em 22/01/2020
Código do texto: T6848029
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