BALÉ MASCARADO

Era uma vez em um pequeno reino nada encantado, consumido pela fome e pobreza, os cidadãos eram divididos entre os nobres e os plebeus, nascidos para servir os mais ricos! Mas de um casal plebeu, servos da família Casa Alta, nasceu uma pequena e bela menininha, os pais a chamaram de Anna.

Anna cresceu dentro da cozinha dos Casa Alta, sempre seguindo sua mãe e aprendendo como a servir seus patrões, mas a pobre Anna era uma jovem criança, cheia de sonhos e fantasias em seu coração; em uma noite a jovem quando ajudava sua mãe a colocar a mesa de jantar dos Casa Alta, ouviu um som triste e ao mesmo tempo feliz vindo do piano da família, Ela olhando de canto de curiosidade, avistou o Pai Casa Alta, um nobre dono de grande terras tocando seu piano enquanto seu casal de filhos gêmeos dançavam fluidamente como se fossem um com o vento. A pequena Anna admirou os passos do casal de irmãos e guardou com carinho em sua memória.

Após o relógio tocar meia noite, todos foram dormir, mas a pequena Anna ainda com as emoções da dança em sua mente, com seu coração palpitando de calor, ela correu em direção ao jardim, mesmo no escuro da noite, ela, toda pequena, dançou os mesmos passos debaixo das estrelas; ela teve uma sensação de um anjo dançar ao seu lado, depois daquela noite Anna dançava todo os dias escondidos até aos seus 18 anos de idade.

Anna já uma mocinha, carregando uma taça de vinho na direção do pai Casa Alta, com seus cabelos negros trançados até o cotovelo, desajeitadamente serve o pai e ao filho homem, este estava encantando pela jovem Anna, ela o chamava de príncipe Casa Alta, mesmo ele não sendo um príncipe de verdade, os gêmeos e Anna compartilhavam uma amizade muito forte por ambos crescerem juntos, mas o pai Casa Alta e os de Anna não aprovava essa mistura de classe, ambos acreditavam que tinham que haver uma separação de classe!

Mas na meia noite daquele dia, Anna foi dançar escondida como sempre fazia, mas dessa vez o seu príncipe encantado ali estava, escondido atrás de árvore, observando cada passo, mas o seu coração não aguentou de amor, e ele dando seus passos voou como vento em direção a Anna; ela surpresa como aquilo, mas feliz ao mesmo tempo, dançou ao lado dele debaixo de um luar cheio e estrelado, o amor de ambos floresceu e o príncipe a amando, ofereceu uma indicação na escola de artes e dança da nobreza, mas a pobre Anna não queria aceitar por ser de origem humilde e a escola apenas aceitava membros da nobreza.

Mas o príncipe Casa Alta foi muito persuasivo e conseguiu levar Anna no dia seguinte, todos as olhava, olhava suas roupas e cabelo, olhavam tudo, alguns até viravam o rosto em outra direção, como se encarassem uma heresia social... Mas o príncipe não se importava, apresentou Anna para todos, e ambos dançaram juntos para todos verem o talento de Anna, os professores a aceitaram se o príncipe ficar ao lado dela em todas as aulas, os alunos e os pais protestaram, o pai Casa Alta ficou revoltado, mas no final cedeu ao caprichos do filho por um tempo.

O tempo foi passando, o príncipe e a jovem Anna dançavam juntos em quase todos os eventos como um casal romântico, assim a jovem Anna ganhou uma certa admiração da sociedade plebeia por ir mais longe do que todos usando os pés. O príncipe apaixonado por ela, após uma apresentação, a pede em casamento dizendo que ambos iria mudar a sociedade preconceituosa de uma vez por todas, eles iria ver que o mais importante era o amor e não os títulos, os títulos não definiam os seus sentimentos um pelo outro, todos iriam ver isso.

Anna aceita o pedido de casamento e ambos tiveram sua noite de amor, mas quando ela acordou no outro dia seguinte, percebeu que o seu príncipe encantado havia sido convocado para a guerra na fronteira, o pai Casa Alta havia dado o nome do seu filho no exercito, o metido nobre havia preferido ver seu filho morrer como herói na guerra do que sujar seu nome casando com uma plebeia.

Os dias foram se passando e Anna não podia dançar sem o príncipe, era a regra da escola, então ela voltava a dançar sozinha nos jardins com a lembrança de seu amado na esperança dele retornar vivo da guerra e ambos se casarem e terem sua própria família.... Mas uma noticia chegou para todos da Casa Alta, o jovem príncipe havia falecido em combate, todos lamentavam, Anna... Ficou de coração partido e sem motivos para dançar.

O funeral aconteceu, todos os nobres da cidade foram convidados, mas Anna e sua família não puderem assistir, apenas levar flores após todos saírem, assim fez Anna, debruçando sobre a terra do túmulo em raiva e lamentação pelo príncipe não ter voltado com vida.

Uma semana se passou, Anna havia voltado para a cozinha dos Casa Alta, mas uma noticia a animou naquele dia, um concerto em homenagem ao príncipe iria ser realizado, e a irmã gêmea do príncipe a convidou para dançar, mas Anna ficou relutante, mas aceitou ao saber que iria dançar no lugar da irmã usando mascara, isso seria um jeito de se despedir de seu amado de uma maneira correta, assim pensou a irmã do príncipe.

Anna então dançou o dia todo ensaiando, durante a noite todos ali estavam esperando o concerto, até mesmo o Pai Casa Alta, todos ali estavam esperando o Balé Mascarado em homenagem aos soldados mascarados que morreram na guerra defendendo o reino dos invasores. Então Anna chegou usando as roupas da irmã, assim ninguém percebia que era uma plebeia, pois os cabelos de ambas eram da mesma altura e tom de cor, um disfarce perfeito.... Então a cortina se abriu e Anna junto com as outras meninas nobres, dançaram a musica de despedida, assim tirando lágrimas de todos, até do pai Casa Alta, mas durante a metade o concerto, Anna retirou sua mascara assim dançou com o rosto revelado para todos verem, então um anjo veio e dançou com ela e todos a viram subir aos céus abraçado a um anjo e nunca mais se ouviu falar de Anna naquela região, a boatos de que o próprio príncipe com a permissão de Deus retornou para busca-la e ambos viverem no céu como um casal, mas nada foi provado e assim Anna dos plebeus se tornou uma lenda para aqueles que se sentem inferior no reino até os dias de hoje.

L P Santos
Enviado por L P Santos em 18/10/2019
Código do texto: T6772510
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